Muito se comenta sobre a tendência das pessoas a prenderem-se as memórias passadas. À medida que amadurecemos, mais colecionamos passagens inusitadas, alegres, às vezes nem tanto, desafios e problemas.
Colho bons frutos dessas passagens, memórias, porque representam vivências e experiências sobre as quais me deparei ao longo da vida. Dezembro é um mês feliz, repleto de conclusões, finalizações, tanto no âmbito de vivência, como também no âmbito emocional. Mas, principalmente , é o mês do Menino Jesus. Do Nosso Senhor Jesus Cristo. O personagem principal entre todos os festejos e comemorações.
Me transporto mês a mês a todos os acontecidos do ano; Aos desafios que ocorreram e pelos quais sou grata, por terem sido vencidos.
Muitos dos meus familiares já não se encontram mais aqui. Eles que dividiam a noite de natal conosco. Sou-lhes grata pelo que me foi ensinado; Os aprendizados que vão se passando de geração a geração. Todos eles me ajudam a me direcionar perante as minhas escolhas.
Sonhar é necessário; Sonhar é primordial para nós, seres humanos que nos realizamos através desses sonhos e esperanças.
O que vou relatar a seguir, tem um lugar muito especial em minhas memórias, porque não consigo esquecer e porque me adoça a vida. Nestes pensamentos eu me transporto até aos perfumes característicos da época em questão.
Havia um terreno próximo à nossa casa que era bem cheio de árvores. Mamãe nos conduzia até lá, e dentre as árvores era escolhido o melhor galho; aquele que se tornaria a nossa árvore de natal. Mamãe cortava-o e o trazia para nossa casa. Pacientemente ela trabalhava no galho limpando-o e retirando todas as folhas secas que ali houvesse.
Vale salientar que assim procedia todas as donas de casa, porque não haviam árvores de natal para se vender nas lojas do comércio. Tinham que ser fabricadas artesanalmente. Tiras de algodão em formato de fitas de tecido eram envoltas através de todos os galhos de forma delicada. O algodão não podia partir e dada a delicadeza do material, o processo era moroso demandando tempo.
Finalmente seguia-se a fase da colocação dos bolas tão lindas e de cores tão vibrantes. Seguia-se a fase de colocar as luzes que piscavam tanto, embelezando o ambiente da sala.
O que se seguia a este feito, para o meu deleite, era me deitar ao lado da árvore observando aquela magia e lá mesmo adormecer juntinho aos presentes de natal. Deitar-me naquele assoalho bem limpinho e cheirando a cera era sem dúvida a maior das minhas alegrias. Um deleite para a minha alma.
Ah que saudades!!!!