Na deslumbrante praia de Tabatinga, na Paraíba, há uma casa habitada por ressentimentos, silêncio e incompreensão. Um cenário conturbado que apaga a beleza do mar ensolarado e da areia que reflete os tons da mata atlântica ao redor. No coração deste drama familiar, um antigo caderno - guardião de segredos
há muito tempo ocultos — desvenda mistérios e conduz os personagens em uma busca pela plenitude e reconciliação. Através de uma narrativa cativante, Genedilson Monteiro nos convida a refletir sobre a vida e a transcendência, quando uma figura extraordinária emerge como guia espiritual, ajudando todos a encontrar o caminho para a compreensão do passado. Casa de Barro Branco e Areia narra uma lenda indígena e traz a descoberta transformadora que nos aguarda antes do nosso último e inevitável voo. Um lembrete tocante de que a vida é uma jornada única e preciosa.
Sobre o autor
Nasceu em Campina Grande (PB) e formou-se em jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba. Desde jovem, demonstrou interesse por literatura e poesia, tendo escrito os seus primeiros versos
Genedilson Monteiro Acervo da autora
ainda no ensino médio. Trabalhou por alguns anos como assessor de imprensa e colaborou esporadicamente com veículos de comunicação em sua cidade. Posteriormente, mudou-se para a capital, João Pessoa, onde é servidor do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. Em 2022, publicou um conto e uma poesia em coletâneas da Lura Editorial na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Casa de barro branco e areia marca sua estreia como romancista
Na obra Casa de Barro Branco e Areia, Genedilson Monteiro constrói uma narrativa que transborda lirismo e introspecção, ambientada na paradisíaca e simbólica praia de Tabatinga, na Paraíba. O autor transforma a beleza natural em um pano de fundo paradoxal, contrastando com os conflitos internos e silenciosos de uma família marcada por ressentimentos e segredos. A praia, que deveria ser um refúgio de harmonia, reflete as feridas emocionais que corroem os personagens, compondo um cenário tão belo quanto angustiante.
Praia de Tabatinga (PB) Marinelson Almeida
O ponto de partida da trama é um caderno antigo, que não apenas carrega segredos do passado, mas funciona como uma metáfora para o peso da memória e da verdade. O autor revela sua habilidade em manejar o suspense emocional ao utilizar o caderno como dispositivo narrativo central, conduzindo o leitor a uma jornada de descobertas e reconciliações. Essa busca pelo entendimento do passado é impulsionada por uma figura espiritual enigmática, cuja presença eleva o tom da história ao terreno do mítico, conectando-a com a rica tradição oral indígena.
Teia 2010
A escolha de entrelaçar uma lenda indígena à trama contemporânea é um dos pontos altos do livro. A narrativa adquire profundidade ao dialogar com a espiritualidade e a transcendência, propondo uma reflexão sobre o ciclo da vida e a inevitabilidade da morte. Genedilson nos conduz, com delicadeza, ao entendimento de que as mágoas humanas podem ser apaziguadas pela reconexão com nossas raízes ancestrais e pela aceitação do passado.
Ainda assim, a prosa de Monteiro é impecável e capaz de evocar imagens vívidas e emoções genuínas.
Casa de Barro Branco e Areia é mais do que uma história familiar; é uma meditação sobre a fragilidade e a beleza da existência humana. O livro nos lembra que, mesmo diante das dores do passado, há sempre uma possibilidade de cura, de transformação e de voo. O autor entrega uma obra que é ao mesmo tempo íntima e universal, destinada a emocionar e inspirar leitores que buscam narrativas que vão além do óbvio.
