“Que a eterna luz do sol te ilumine; que todo o amor te envolva; e a luz verdadeira, no teu interior, guie o teu caminho para casa.”Bênção Sufi
Hoje o meu desejo de Paz era largar o meu coração à nitidez de um sonho leve e alto e deixá-lo seguir a estrela real ou o anjo de Luz até Belém, não pela mirra nem o ouro, nem do incenso o perfume, mas para soerguer com fé a sineta de uma esperança renovada.
Cúpula da Rocha, em Jerusalém, local sagrado para os muçulmanos.
Subir o Monte Chogori, atravessar Karachi, Mazar-e Sharif, Jaipur, Daka, Katmandu e Sanaa. Percorrer o Levante beirando o Mediterrâneo Oriental do Líbano até ao Egito, passando por Baghdad, Amman, Damasco e Jerusalém, transportando o tilintar do seu eco.
Sentir a brisa do vento marítimo no rosto, o aroma dos cedros do Líbano e o sabor dos vinhos do Vale do Beqqa. Descer um pouco mais e saudar as oliveiras ancestrais da Palestina. Em Haifa, visitar os Jardins Baha’í. No caminho para o Sinai, assomar-me à Igreja ortodoxa de São Porfírio, em Gaza.
E, já no regresso, calcorrear as arcadas da Ponte dos 33 Arcos, em Esfahan, beber um chá e fumigar descontraído um narguilé com agradável cheirinho a maçã e canela. Pausar em meditação na mesquita Süleymaniye e, por fim, subir aos 4.000 metros do pico Jbel Toubkal no areão sem fim do Atlas, em território marroquino, argelino e tunisino, e num coro universal louvar a Paz. Palavra que se sublinha e se repete.
(1)Basílica do Santo Sepulcro e (2)Muro das Lamentações, Jerusalém, locais sagrados para os cristãos e para os judeus, respectivamente.
Ter o coração aberto a todas as formas: “ser uma pastagem para gazelas, um claustro para monges cristãos, um templo de ídolos, a Ka’bah do peregrino, as tábuas da Torah e o Alcorão”. Partilhando a prática da religião do Amor, a única que, quaisquer que sejam as direcções em que a sua caravana avance, será sempre o meu credo e a minha fé.
