No último dia 7/11 lancei o meu terceiro livro: Mulheres: Escritos, Jardins e Uivos, Editora Ideia, capa do artista plástico Flávio Tavares e apresentação de Maria Vilani de Sousa, na Fundação Casa José Américo. Foi uma noite de autógrafos, e uma festa por entre as folhas das mangueiras, ali no pátio da casa do escritor de A Bagaceira, sob os olhos e comando do querido Fernando Moura e as suas competentes assessoras, Ana e Helena.
Esse lançamento fez parte de um ano muito especial para mim. Um ano de aniversário, quando entro para uma década redonda. Anos no lombo de uma mulher que nasceu no século passado, forte, frágil, alegre e ensimesmada, e que já enfrentou tsunamis e calmarias. Mas neste ano em especial de 2024, após o medo de uma pandemia e de ter enfrentado um câncer de mama e duas cirurgias (2021 e 2023), eu queria celebrar a vida. Sou aquariana e comemorei meus anos em janeiro, em pleno verão, com o meu povo de casa. Depois em pequenas doses de cafés e vinhos, com grupos de amigas de diferentes tribos – infância, mulheres, literatura, amigos recentes.
Em maio passado, fui além, viajei para Paris para mergulhar em lugares já visitados em viagens anteriores para a cidade luz, mas queria me sentar com calma nos jardins de Luxemburgo, tomar um vinho no Café de Flore, comprar mostarda naqueles mercados perfumados de queijos e sabores; sabonetes de verbena em Montmartre e realizar um sonho – visitar a casa de Monet e me perder naqueles jardins de Giverny . Fizemos tudo isso, eu e a amiga querida, Lenita Faissal. E ainda comemos balde de mexilhões com batata frita em Bruges e me perdi nas belezas de Magritte em Bruxelas. E atirei-me ao rio em Lisboa. Literalmente, num restaurante com esse nome, à beira do Tejo. Outro sonho? conheci o Lajedo do Pai Mateus/Cariri e vi de pertinho aquele pôr do sol de todas as cores e aquelas pedras gigantes e misteriosas.
Ana Adelaide Peixoto em Giverny, Lisboa e Paris Acervo da autora / Rose Silveira
Minha irmã Teca, que mora alhures (País de Gales), pôde vir ao lançamento do livro, completando assim o nosso quarteto de mulheres/irmãs queridas. E nessa noite de festa, pude ver de longe, na fila dos autógrafos, muita gente de tantos tempos: irmãs amadas, filho, nora, neta, amigos /as todos/as, cunhada, colegas de departamento, primas, pessoas “chegadas”, amigas de infância, parentes (nada serpente!), escritores, jornalistas, representantes da Cultura, da vida pessoal, e toda a minha geração de um tempo perdido/vivido na Lagoa, no Cabo Branco, no Bar da Xoxota, na Boate do Elite, nas praias do Manaíra, nas Lourdinas, e de uma João Pessoa que se transformou em cidade grande e caótica. A minha Praça da Independência e a minha Almirante Barroso estavam ali representadas.
Como já escrevi anteriormente, fazer um livro é um trabalho grande. E quando olho para trás, vejo muitas mãos, muitas possibilidades, conversas, trocas, e essa colcha de retalhos que é montar uma coletânea de crônicas.
Nesse lançamento também registro meus agradecimentos à imprensa, e jornalistas que divulgaram meu trabalho. O jornal A União (nas pessoas de Naná Garcez, de Esmejoano Lincol, William Costa e Renato Felix); A Rádio Tabajara (na pessoa de André Cananéia); Gisa Veiga, Messina Palmeira; meu amigo Silvio Osias, que me recebeu com tanto carinho na TV Cabo Branco; Carla Vilhena, da CBN e as suas palavras carinhosas; o amigo José Nunes (e a sua filha Angélica) e o seu texto lindo, “ A sinfonia de ana” ; amiga, Albiege querida, e o seu texto maravilhoso, “O livro”; Fenando Leal e Stelo Queiroga, representando o meu Clube de Leitura – Frederica e os seus versos, quadrinhas e carinhosas palavras; amigo Petrônio Souto, atento à leitura e que escreveu comentário; outro querido amigo, Gil Messias, sempre tão carinhoso no seu olhar leitor e o meu filho Daniel e a sua companheira Bruna que, mesmo de longe me enviaram flores fúcsia lindas e a presença no afeto. Agradeço a presença dos que estiveram na minha festa e brindaram comigo. E a todos/as que me enviaram mensagens, abraços, brindes, flores, telefonemas e congratulações.
Ana Adelaide com as irmãs Bebé, Claude e Teca, e com os escritores Marília Arnaud, Maria Valéria Rezende e Amador Ribeiro Acervo da autora
Na festa, o meu registro as ausências importantes: Juca (meu companheiro, que não viveu para ler as minhas crônicas em livros); à minha mãe Terezinha, que estava presente nos dois primeiros e tão orgulhosa! Mas partiu em 2021; meu cunhado Murilo Jardelino, entusiasta da minha escrita, e que também esteve presente nos meus livros anteriores, inclusive chegando de surpresa, já que morava em SP (teve uma partida triste e repentina em 2022); Fred Pitanga (pai do meu filho Lucas) que, também se foi há cinco anos; minha querida Lucia Sander, amiga, que fez a apresentação do meu livro Brincos, pra que te quero? E que esteve presente, mas também se foi há três anos, no silêncio e na distância da pandemia, deixando-nos incrédulos e saudosos, quando a notícia soprou com tanto atraso.
Mais duas ausências importantes e que me escaparam no dia: meu querido amigo de infância, o psicólogo/artista plástico, José Palhano, e o meu querido Juca Pontes, editor dos meus livros anteriores, e que ainda sem acreditar, tivemos que festar sem a sua presença iluminada.
O fim do ano se aproxima e eu com certeza, tomarei umas taças de espumante, para agradecer os dias, os feitos, as conquistas, os desafios e os anos vividos. Gracias a la vida!