Subia a Sousa Pinto, na calçada oposta ao aqueduto de São Sebastião, em Coimbra, indo em direção à Praça D. Dinis, quando deparei-me com a fachada da Real República Rápo-Táxo (Rapa o taxo), cujo dístico atraiu a minha atenção:
“Aqueles que por copos volumosos, se vão da lei da sede libertando...”
República Rápo-Táxo, Coimbra ▪ Imagens D. Oliveira + Estendal Memórias
Era um chiste legitimamente rabelaisiano, característico da irreverência juvenil e estudantil, parodiando os versos camonianos, que se encontram no hall da Faculdade de Letras de Coimbra, compondo um painel da história de Portugal (Os Lusíadas, Canto I, Estrofe II, versos 5-6):“E aqueles que, por obras valerosas/ Se vão da lei da morte libertando,”
A paródia é também a prova viva da popularidade de Camões, de que fala Isabel Rio Novo, na mais nova biografia do poeta, publicada em junho deste ano – Fortuna, caso, tempo e sorte (Contraponto, Lisboa, 2024). A biógrafa, dando conta da fama alcançada por Os Lusíadas, relata que o Canto I do poema camoniano foi inteiramente parodiado, em 1589, por “um grupo de estudantes de teologia da Universidade de Évora”, de modo que os “barões assinalados” viraram “borrachões assinalados” (p. 580). A fachada da república de estudantes, na Coimbra moderna, eterniza na pedra a permanência desse poeta inigualável, ainda que o faça se utilizando da paródia. Nada, porém, que não esteja de acordo com um dos perfis desse homem, cuja pena satírica o levaria à prisão em Goa, visto que “as Ordenações Manuelinas estipulavam punições graves, quer para quem escrevesse trovas satíricas e de maldizer, quer para quem as difundisse” (RIO NOVO, op. cit., p. 319).
Esta FliParaíba é uma oportunidade para possamos comemorar, de modo oficial, os 500 anos de nascimento de Luís Vaz de Camões. Se as comemorações do lado de Portugal não param, no Brasil, o maior país de Língua Portuguesa do mundo vai passando batido. Com exceção de alguns artigos e matérias de jornais, não tenho visto nenhum evento oficial, por parte do Estado brasileiro, nem algum órgão cultural federal se manifestar a esse respeito. A FliParaíba preenche um pouco essa lacuna.
Ao retornar ao Brasil, em agosto deste ano, assumi o compromisso, com o apoio total do presidente da Academia Paraibana de Letras, Severino Ramalho Leite, de ministrar um minicurso sobre Os Lusíadas. Desse modo, a entidade a que pertenço pôde marcar não só um registro da efeméride, mas, sobretudo, ajudou a manter viva a memória do poeta que nos legou uma obra grandiosa e, por acréscimo, uma língua nova, desvencilhada do galego e do castelhano. Ressalte-se que a Língua de Camões assumiu uma importância tal que a Galícia, de onde ela veio, desenvolve, atualmente, um movimento para fazer do português uma das línguas oficiais da região, conforme Fernando Venâncio atesta em Assim nasceu uma língua (Lisboa, Guerra e Paz, 2019). Movimento que julgo improvável de se realizar, devido às rivalidades seculares entre Portugal e Espanha, a começar pela prisão de D. Tareja pelo próprio filho, D. Afonso Henriques, que fundou a nacionalidade portuguesa.
É exatamente tomando D. Afonso Henriques como mote, que eu gostaria de falar de Camões. Se um é o fundador da nacionalidade portuguesa, o outro funda o que daria a sustentação e a firmeza dessa nacionalidade: a Língua Portuguesa.
Dito isto, confesso a minha dificuldade em encaixar Camões no contexto do decolonialismo, uma vez que a sua obra maior, Os Lusíadas, é sobre a expansão e a colonização imposta por Portugal a vários povos, inclusive a nós próprios, não faltando as referências ao Brasil, nesse poema, como terra de riquezas conveniente aos propósitos colonizatórios portugueses. Para não nos alongarmos muito, vejamos na Proposição de Os Lusíadas o intento de cantar a glória portuguesa (Canto I, estrofe 2):
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Ora, a dilatação da Fé e do Império, de que fala o poeta é explícita como razão de Estado português. Se nos debruçarmos sobre a nossa história, veremos que no primeiro documento escrito na nossa terra, a Carta de Caminha, o escrivão da frota cabralina deixa bem claro o que Portugal deve fazer, com relação às riquezas vistas e não vistas, tendo como meio a catequese urgente do povo indígena (CORTESÃO, Jaime. A Carta de Pêro Vaz de Caminha, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1994, p. 174):
“Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa, que querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem.
Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”
Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”
Ajuntemos a esse quadro a dedicatória inicial do poema a D. Sebastião, o protetor da obra, que autorizou uma tença em vida ao poeta. Saudado por Camões como “Ó novo temor da maura lança”, o jovem rei é incitado ao combate do “torpe ismaelita” (Canto I, estofe 8):
Vós, poderoso Rei, cujo alto Império
O Sol, logo em nascendo, vê primeiro,
Vê-o também no meio do Hemisfério,
E quando dece o deixa derradeiro;
Vós, que esperamos jugo e vitupério
Do torpe Ismaelita cavaleiro,
Do Turco Oriental e do Gentio
Que inda bebe o licor do santo Rio:
Na pena camoniana, o muçulmano merece “jugo e vitupério”, por ter querido instalar em Portugal e, por extensão, na Península Ibérica, o Islamismo, a “lei dos imigos Sarracenos” (Canto IX, estrofe 94). Camões, como homem de seu tempo, crítica a intenção colonizatória e expansionista dos árabes, que passaram 8 séculos na Península Ibérica (711-1492), mas faz o elogio da mesma expansão, intentada pelo reino de Portugal. Faz mais, ao final do seu épico, no Canto X, espécie de nova Dedicatória, terminando-o com nova louvação a D. Sebastião, instigando-o a combater os mouros em suas terras, no Norte da África. Se no início do poema, ao se preparar para narrar as viagens do navegador em busca das Índias, Camões mostra Vasco da Gama (“diligente/Descobridor das terras do Oriente”, Canto VIII, estrofe 57) maior que Alexandro e que Trajano (Canto I, estrofe 3), ao final, ele faz o prognóstico do rei-menino, na época, com 18 anos, como um Alexandro sem inveja de Aquiles e, principalmente, sem a sorte do Pelida, morto antes da tomada de Troia (Canto X, estrofe 156):
Ou fazendo que, mais que a de Medusa,
A vista vossa tema o monte Atlante,
Ou rompendo nos campos de Ampelusa
Os muros de Marrocos e Trudante,
A minha já estimada e leda Musa
Fico que em todo o mundo de vós cante,
De sorte que Alexandro em vós se veja,
Sem à dita de Aquiles ter inveja.
Mesmo quando apontamos as velas da leitura para o episódio do Velho do Restelo, no final do Canto IV (estrofes 94-104), as invectivas do velho de “aspeito venerando” e “cum saber só de experiências feito”, condenam a aventura planejada e perigosa às Índias, quando o inimigo está às portas, separado apenas pelo Estreito de Gibraltar. Assim, para que vão os portugueses buscar uma glória vã, movidos pela cobiça, se a riqueza maior a ser obtida é a segurança do reino, dando combate a um inimigo que está mais próximo?
Embora não siga os preceitos que condena nos outros, o que não diminui em nada a grandeza inquestionável e perene de sua obra poética, seja épica ou lírica, devendo ambas ser entendidas dentro de sua época, Camões sabia que a elevação de um povo a um patamar diferente estava no uso dessas riquezas, obtidas como todos as obtinham, mais por conquistas do que pelo comércio; estava no culto às letras e aos seus grandes escritores, sendo este um meio seguro para tirar uma nação da ignorância. Eis o seu diferencial. Não são poucas as passagens de Os Lusíadas em que o poeta alude ao fato. Uma delas (Canto V, estrofe 98) deu a Machado de Assis, o magnífico Capítulo CXXV – Uma Comparação –, de D. Casmurro, chave para a sua interpretação:
Por isso, e não por falta de natura,
Não há também Vergílios nem Homeros;
Nem haverá, se este costume dura,
Pios Eneias nem Aquiles feros.
Mas o pior de tudo é que a ventura
Tão ásperos os fez e tão austeros,
Tão rudos e de engenho tão remisso,
Que a muitos lhe dá pouco ou nada disso.
Como bom soldado, Camões, o Trinca-Fortes (RIO NOVO, op. cit., p. 46), sabia empunhar a lança; como excelente poeta, empunhava, melhor ainda a pena. Sabia o poeta que, no mínimo, deveria haver um equilíbrio entre elas, e quando possível, a pena deveria tender a se colocar acima, bem acima, da lança. Trocando em miúdos, o poeta talvez dissesse, nos tempos atuais, que a Educação formal é o caminho adequado e ideal para o engrandecimento de um país, libertando-o dos que querem apenas dilapidar as suas riquezas. Não é o que se vê no Brasil do meu tempo, onde se aplica com convicção a máxima camoniana – “Quem não sabe a arte não na estima” (Canto V, estrofe 97) –; não era o que se via em Portugal no tempo do poeta (Canto V, estrofe 96; Canto VII, estrofe 79 e 85):
Vai César sojugando toda França
E as armas não lhe impedem a ciência;
Mas, nũa mão a pena e noutra a lança,
Igualava de Cícero a eloquência.
O que de Cipião se sabe e alcança
É nas comédias grande experiência.
Lia Alexandro a Homero de maneira
Que sempre se lhe sabe à cabeceira.
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A Fortuna me traz peregrinando,
Novos trabalhos vendo e novos danos:
Agora o mar, agora experimentando
Os perigos Mavórcios inumanos,
Qual Cánace, que à morte se condena,
Nũa mão sempre a espada e noutra a pena;
Nenhum que use de seu poder bastante
Pera servir a seu desejo feio,
E que, por comprazer ao vulgo errante,
Se muda em mais figuras que Proteio.
Nem, Camenas, também cuideis que cante
Quem, com hábito honesto e grave, veio,
Por contentar o Rei, no ofício novo,
A despir e roubar o pobre povo!
O Epílogo do poema reitera essa situação. Lamenta-se o poeta de ver a nação metida na ignorância, perdida em politicagem, em bajulações, ao sabor dos maus conselheiros, sem dar o mérito a quem de direito (Canto X, estrofe 145):
Nô-mais, Musa, nô-mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Dũa austera, apagada e vil tristeza.
É preciso ver, no entanto, Camões no contexto de uma sociedade de conquistas e de expansão, cujo poder bélico estava associado a outro poder mais forte, a Igreja Católica. Camões acreditava na grandeza de Portugal como nação a dirigir os demais porque o Deus verdadeiro estava a seu lado. Nada mais normal, portanto, do que cantar a glória expansionista lusitana, fechando-se na sua cultura como o centro do mundo e do universo (Canto X, estrofe 40, versos 5-8):
Ali verão as setas estridentes
Reciprocar-se, a ponta no ar virando
Contra quem as tirou; que Deus peleja
Por quem estende a fé da Madre Igreja.
Vejamos, agora o lado do Camões estrangeiro, ao ponto de um de seus poucos retratos em vida ser objeto de especulações, ensaios e de um livro, O rosto de Camões, de autoria de Aníbal de Almeida (Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1996). A falta de documentação abundante, contribuiu para ver o poeta como um estrangeiro na sua própria terra. Camões era, na realidade, um cidadão do mundo – Coimbra, Lisboa, Goa, Malaca, Macau, Moçambique –, movido por paixões, guerras, prisões e poesia. Após 17 anos fora de Lisboa, retorna para ver a decadência de Portugal, a morte do rei D. Sebastião, mas com a graça de não ter visto o sequestro de Portugal pelos Felipe de Espanha...
Ao mesmo tempo conhecido e desconhecido, poeta e soldado, lírico sublime e épico grave, mas também brigão e afeito aos jogos de azar; capaz de sátira ferina, boêmio e perdulário, Camões foi navegador e teve a oportunidade de conhecer de perto a famosa Rota do Cabo, além de outras, contribuindo assim para uma verossimilhança externa de Os Lusíadas. O poeta foi vários e diversificados, com um perfil rico, bem delineado na sintética frase de sua biógrafa (RIO NOVO, op. cit., p. 230):
“O homem de letras que já era soldado começava a tornar-se também homem do mar.”
Desconte-se o fato de ter sido perdulário e boêmio, mas dê-se-lhe o crédito de ter lutado em Ceuta, onde perdeu um olho, e de ter lutado pela grandeza de Portugal em Goa; de ter ficado fora de sua terra, em viagens pela África e Ásia, a serviço do reino, por 17 anos, tendo sofrido um naufrágio no Camboja, perto da foz do rio Mekong (RIO NOVO, op. cit., p. 386), tendo sido preso, em sua volta a Goa, por causa do naufrágio, vindo de Macau, onde fora provedor de defuntos (id. ibid., p. 365), ao perder os bens que ali arrolara e que deveriam ser entregues à Coroa.
No seu retorno difícil a Portugal, saindo de Goa, passando ainda 2 anos em Moçambique, Camões, tão pobre quanto de Lisboa havia saído, publica o seu poema, que divulga a grande glória de Portugal, desde a resistência de Viriato ao império romano, quando ainda nem existia o Portugal, como dizia Eça, em A Ilustre Casa de Ramires. Camões, contudo, vê-se esnobado pelos poetas de colarinho alto, ainda que sua poesia estivesse na boca do povo, sendo transmitida para o papel, mais tarde coligida e publicada apenas após a sua morte. Quem tem excelência, no entanto, vê, de algum modo, a sua excelência exaltada.
Felipe II de Espanha, após a morte de D. Sebastião, em Alcácer-Quibir, e do cardeal D. Henrique, tio do rei, e tendo vencido na batalha de Alcântara, D. António, prior do Crato, que se coroara rei, em 1580, faz-se Felipe I de Portugal, nesse mesmo ano. Diz-se que, sabedor da grandeza literária de Camões, deseja conhecê-lo. Não sabia o novo rei que Camões já havia morrido; que não se sabia exatamente onde morrera; que fora enterrado em vala comum e que os ossos trasladados, posteriormente, para os Jerônimos, não eram necessariamente os seus. O poeta morrera à míngua, em um hospital de Lisboa, até hoje não identificado, provavelmente de sífilis contraída nas suas aventuras venéreas em Portugal e alhures.
Camões teve vida turbulenta, preso em Lisboa, preso em Goa, desterrado para a China por suas sátiras, sofrendo privações, mesclando a baixa nobreza, sem dinheiro, concedida por D. João III e reafirmada por D. Sebastião, com a miséria, digna de esmolas, mas não morreu antes do reconhecimento da sua grandeza de poeta. Em 1580, surgem duas traduções de Os Lusíadas, para o castelhano. Além dessas duas traduções, o poema conheceu uma outra para essa mesma língua, ainda no século XVI, após a sua morte. Camões foi um poeta com leitores em vida, cuja obra foi comentada à larga, já a partir do século XVII, como a edição de Manuel de Faria e Sousa (1639), que eu tive a oportunidade de compulsar, na biblioteca de obras raras do Seminário Maior da Sagrada Família de Coimbra. Ainda no século XVI (1584), pouco depois de sua morte, apareceram duas edições de Os Lusíadas, em Portugal, além de algumas contrafações... Era a glória, em vida, num país que reconhecia mais os bajuladores do que os grandes homens.
Nesse contexto, a biografia produzida por Isabel Rio Novo é fonte das mais importantes. Trata-se de obra incontornável para quem quiser conhecer o Poeta, a sua poesia e o contexto histórico de Portugal. Obra alentada de mais de 700 páginas, com uma extensa bibliografia de 38 páginas e contando com 1413 notas. No entanto, apesar da farta documentação compulsada pela pesquisadora, observa-se que ainda existem muitos fatos obscuros na vida de Camões. O poeta, pode-se dizer, continua, para muitos, um estrangeiro, e aqui no Brasil muito mais. São poucos, atualmente, os estudos camonianos nas universidades brasileiras, muitos estudantes dos cursos de Letras ouviram apenas falar de Camões, à vol d’oiseau, ou como gato passando por cima de brasa, numa tradução bem brasileira da expressão francesa. E ironicamente, muito disso se deve à agenda do decolonialismo...
Como diz o Soneto, “fortuna, caso, tempo e sorte/Têm do confuso mundo o regimento”. Vivemos num mundo dos mais confusos, onde verdade e mentira estão em rota de colisão jamais vista, às vezes se fundindo, às vezes, deliberadamente, se confundindo; o mais das vezes se transmudando uma na outra. A verdade, contudo, é uma só: os grandes escritores devem ser entendidos no contexto de sua época e avaliados, sobretudo, pela contribuição que deram à sua língua, o único patrimônio inquestionável de sua identidade, cujos cantos se espalharam por toda a parte do orbe conhecido.
Entendendo a importância dos grandes escritores, aproprio-me do título da biografia camoniana, para dizer que quis a fortuna que o caso, no tempo adequado, me desse a sorte de estar presente na mesma mesa do poeta e crítico Alexei Bueno, para eu poder presenciar que, apesar de todo o discurso decolonial, não conseguimos apagar de todo o colonialismo cultural. Fico triste, ao constatar que, na sua própria terra, há um poeta estrangeiro. No momento em que se completam os 110 anos de sua morte, durante um evento internacional, como o FliParaíba, acontecendo no complexo do São Francisco, que ele tantas vezes mirou da rua onde morou e onde viveu por dois anos, o poeta Augusto dos Anjos, o maior poeta da Paraíba e um dos maiores do Brasil, está ausente. Não que Augusto dos Anjos devesse excluir ou substituir Camões. Assim, como Augusto, Camões é necessário como o ar que respiramos.