Título: | ESCRIBA ERRANTE |
Autor | Fernanda Pompeu |
Escriba Errante é uma jornada com as palavras e os amores. Jornada essa cheia de encruzilhadas. Sem GPS. O livro narra a vida de uma escriba mais inquieta do que correta. Mais errante do que linha reta na sua obsessão de fazer sentido ao escrever. Uma escritora trafegando na fronteira do analógico com o digital. Ora seguindo a manada, ora se insurgindo contra ela. Mas não só.
Editora Labrador
Biografia da autora
Fernanda Pompeu é homo sapiens sapiens escritora. Trabalha com textos de ficção e não ficção. Foi uma das roteiristas da série Mundo da Lua, na TV Cultura. Autora do livro de microcontos 64. Participou do livro Mulheres Guerreiras da Paz, publicado pela editora Contexto. Por muitos anos, exerceu a nobre função de pena de aluguel para centenas de publicações, com foco em gênero, raça e direitos humanos. Foi colunista do portal Yahoo! por quatro anos e criou o projeto Acelera Texto, para encorajar escritores na escrita digital.
Fernanda Pompeu é homo sapiens sapiens escritora. Trabalha com textos de ficção e não ficção. Foi uma das roteiristas da série Mundo da Lua, na TV Cultura. Autora do livro de microcontos 64. Participou do livro Mulheres Guerreiras da Paz, publicado pela editora Contexto. Por muitos anos, exerceu a nobre função de pena de aluguel para centenas de publicações, com foco em gênero, raça e direitos humanos. Foi colunista do portal Yahoo! por quatro anos e criou o projeto Acelera Texto, para encorajar escritores na escrita digital.
Opinião Crítica
Por Cibele Laurentino
Escriba Errante se apresenta como uma obra que explora os caminhos sinuosos e muitas vezes paradoxais da escrita e da vida. A personagem central, uma escriba inquieta, desafia as convenções estabelecidas tanto no ato de escrever quanto na maneira de existir no mundo. Não se trata de uma narrativa linear ou previsível, mas sim de uma jornada cheia de encruzilhadas, onde a incerteza é uma constante, e a obsessão de encontrar sentido em meio ao caos se torna o motor da trama.
O ponto forte da obra reside na complexidade da personagem principal, que se revela mais errante do que correta. Ao contrário do que se poderia esperar de uma protagonista escritora, o livro não idealiza o ofício de escrever. Pelo contrário, ele explora a ambiguidade e a frustração envolvidas nesse processo. A busca da personagem por sentido é quase uma tentativa desesperada de domar as palavras, de ordenar pensamentos em uma era que está na transição entre o analógico e o digital. O choque entre esses dois mundos — o da escrita à mão e o da digitação rápida e superficial — é um tema central que reflete as mudanças e desafios da contemporaneidade.
A metáfora do “sem GPS” utilizada na descrição da obra é particularmente acertada. A escriba não tem um caminho claro a seguir, e é justamente nessa falta de direção que o livro se destaca. Ela ora segue a manada, ou seja, conforma-se com as expectativas sociais e culturais impostas, ora se rebela contra essas mesmas expectativas, insurgindo-se com a liberdade que apenas os errantes conseguem alcançar. É uma personagem multifacetada que, ao trafegar pela fronteira entre o conformismo e a rebeldia, representa a luta interior de muitos escritores e pensadores contemporâneos.
O grande mérito do autor é não ceder à tentação de criar uma heroína idealizada. Em vez disso, a escriba é retratada com todas as suas falhas e inquietações, o que torna a leitura uma experiência reflexiva. O livro dialoga com os dilemas da modernidade: a pressa, a superficialidade, a solidão diante da tela e a constante necessidade de buscar um propósito, mesmo quando ele parece fora de alcance.
Por fim, Escriba Errante não oferece respostas fáceis ou conclusões definitivas. Pelo contrário, a obra abraça as incertezas da jornada e celebra a complexidade da escrita como um ato de resistência e persistência. É um livro que provoca e instiga o leitor a questionar as próprias rotas traçadas, tanto no papel quanto na vida.