Por mais próximo que Bayeux estivesse ou sempre esteja, meu olhar nunca se deteve em algo que se distinguisse como seu cartão postal. Em décadas e décadas de chegadas e saídas, de idas e vindas, a antiga Barreiras pouco passou de entrada ou saída para outros destinos. O ônibus entrando em Bayeux, cortando a avenida central que já foi incriminada como Corredor da Morte, e a intenção lá na frente, na ponte do Baralho ou subida de Álvaro Jorge e Matarazzo, que continuo avistando ainda que em ruínas ou cobertas de melão até que a Prefeitura ou o Estado possa transformar toda essa área abandonada num amplo recreio cultural com escola especial, centro de arte e praça de esporte aberto a todo aquele mundo pobre lá de baixo certamente rico de crianças.
Lembrei-me disso, ideia sugerida em livro de dez anos atrás do médico Manuel Jaime Xavier, ao dar com os olhos no sorriso auspicioso da nova prefeita eleita de Bayeux, Tacyana Leitão, que conta com uma ex-reitora em sua equipe técnica e de transição. Uma disposição que sorri favorável e me adverte que tenho parte, e grande, com Bayeux. A tia que cortou meu umbigo trouxe o brejo da avó Pastora para Bayeux; minha mãe legitima veio encontrar em Bayeux o arrimo das irmãs, da sobrinha, largando as margens de cana e roça do Riachão entre Areia e Alagoa Nova pelos rios de manguezais onde se afogam os caranguejos e a população geral.
E me lembro mais. No governo, o vizinho de terras brejeiras, doutor Pedro Gondim, me pergunta: “Que nome daremos a essa escola nova de Bayeux? Lourival Caetano sugeriu o nome do primeiro morador, dono do engenho, que largou tudo com a ocupação holandesa. Procure esse nome” Se ele largou tudo – respondi – por que não nos lembrarmos de Clodomiro Leal, o aleijado velho, imobilizado em sua cadeira, que fez as nossas cabeças com a sua escola de Alagoa Nova, Clodomiro Leal? Não sei se esse nome ou mesmo a escola permanecem.
Devo a dona Celina, professora em Alagoa Nova que fui encontrar aposentada em Bayeux, os dados de família e o retrato do pai de José Maria dos Santos para o perfil biográfico que Eduardo Martins, já não podendo escrever, me confiou.
Mesmo assim, com parentes em Bayeux, sempre o vi como o antigo distrito de Santa Rita, pegado com a ponte do Baralho, para onde demandavam as antigas unidades industriais de João Pessoa atraídas pela antiga lei do salário mínimo mais baixo nas pequenas cidades. No auge da exportação do sisal e de seu fio industrializado, nascia depois da ponte nosso primeiro distrito industrial.
Fora as edificações dessa indústria ou as casas de campo das granjas e chácaras resguardadas longe da estrada central ou avenida Liberdade, que mais chamaria a atenção senão a uniformidade social com seu padrão habitacional de comunidade que não ultrapassa a classe média?