Cada um alcança a verdade que consegue suportar, caso saia vivo da empreitada em que se envolveu. Em certas situações, algumas habilidades guardadas mais ao fundo de nossa alma afloram porque recebemos agitação suficiente para transbordar determinadas atitudes. Esse instante sublime desencadeia pensamentos e oportunidades que até então achávamos não ser de interesse pessoal.
São momentos quase como a luz que surge após a maré vermelha e enche de cor as praias de San Diego na Califórnia, e outras em Porto Rico. Durante a noite, surge uma deslumbrante "onda"
O show de luzes bioluminescentes, são produzidas por um organismo vivo, chamado dinoflagelado, o qual é uma alga considerada não tóxica, que libera luz quando é agitada. E sua linda reação é consequência de um estímulo vindo de fora que a faz sair da zona de conforto e brilhar para todos.
Assim como foi o sucesso dos livros de ficção "de cura" que descrevem tramas sobre deprimidos em busca da plenitude, e consolam pessoas exaustas das sociedades rígidas do Japão e da Coreia do Sul. Durante a pandemia aquele povo amarelo foi obrigado a largar as máquinas para se trancar em casa, e muitos passaram a pensar na saúde mental.
Eles buscaram histórias que estimulassem a imaginação sem deixar de ser realistas, algo que deixasse sentir alívio diante daquela realidade mortal. Nesse tom surgiram livros como "A Grande Loja de Sonhos" da coreana Miye Lee, com vendas esgotadas, e que ficou entre os mais vendidos do país asiático, antes de chegar no Brasil. Outro livro que acaba de ser lançado é o "Vou Te Receitar um Gato", e a "Inconveniente Loja de Conveniência", mais vendido na Coreia do Sul.
Uma reflexão interessante está no livro "A Biblioteca da Meia-Noite", um romance de ficção cuja trama se desenrola sobre a história de uma mulher que tenta cometer suicídio, porém é levada à biblioteca que guarda as diferentes vidas que ela poderia ter tido. Assim, ela é incentivada a experimentar outros destinos para ver quais a teriam salvo da depressão.
Mesmo não tendo resultado similar à psicoterapia, será que não contribuiria para reduzir um pouco a depressão nossa de cada dia?
