O sol já se vai
E a penumbra ante a noite
Conforta os olhos
Mas pesa na alma
O entardecer
É como se tivesse perdido algo
Que não volta mais
E não volta...
Os corpos sepultados
À oeste de mim
As cores dos olhos decompostos
E a escuridão da noite
A anti véspera do abismo
Mas é à luz que tudo se revela
As nódoas nos corações
A ausência das partes internas
Perdidas do corpo
O vasio do prato
Nada mais belo que a aurora
E o ocaso
É a terra rodopiando
Ao redor do sol
E cada um de nós com seu olhar
Uns tristes e cheios
De saudades
Outros alegres
E cheios de futuros
Fogo na brisa
Das memórias
Mais suaves
Como no capim seco
O esquecimento
Se alastra é devora coisas de ontem
Começa a tremer o tempo da terra
E as passadas puxam o corpo pra direita
Envrgando a reta e mostrado a solidão que o tempo faz em nós
Sinto me abandonar
O que mais amo fazer:
Guardar na escrita fragmentos do tempo
Do tempo que vivi
E de compreendê-lo
Com o os olhos de historiador
Do tempo que sorri
E copreendê-lo
Com os olhos do que realmente traz alegrias
Do tempo que chorei
De alegria e dores
E compreendê-lo como o dono das lições diárias
Não tenho pretensão
De adiantar despedidas ou alterar o curso da vida
Mas tenho a alegria de estar livre do medo e da angústia por minha finitude
E enquanto ela não vier
Quando vier
Quero estar grato e sorrindo.
Sei que segurar uma mão amiga
Nessa hora será um privilégio
Incomensurável.
Quem sabe...