Essa garotada aí é parte da turma de 1969, que se encontrou neste último sábado – 19/12/2024 - para comemorar os 55 anos de formatura ...

E eu nem pude ir...

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Essa garotada aí é parte da turma de 1969, que se encontrou neste último sábado – 19/12/2024 - para comemorar os 55 anos de formatura do curso científico. Essa gente aí, há pouco mais de meio século, colou grau no inesquecível Instituto de Educação João Cursino, lá em São José dos Campos. Como acabei não indo, fiquei por aqui e algumas recordações foram me atropelando…

Turma (1969) do curso científico do Inst. de Educação João Cursino / S. J. dos Campos (SP) Acervo do autor
Tudo começou no distante ano de 1967. Veio-me a memória muita coisa daqueles dias. Para começar, a mais tradicional escola da cidade, deixava em 67 o icônico prédio localizado na Praça Afonso Pena para novas instalações na Av. Francisco José Logo. Inauguração com a presença do governador Abreu Sodré. A quem não sabe, digo que nossa escola sempre foi muito importante.

Como não lembrar do nosso diretor, o professor Lebrão (José Madureira Lebrão) sempre elegante com seu inseparável terno cinza, invariavelmente sério, mas cordial. Depois de sua aposentadoria, Dona Jaú. E os professores? Por culpa do Simão, fui cursar matemática. Peguei uma segunda época em geometria descritiva com o Osvaldo Nascimento e outra de química com o Ângelo Simionato. Até que aprendi um pouco de língua portuguesa com o Iolando Castilho e o Domingos de Macedo Custódio. Física tivemos o Batista Gargione no primeiro ano, Pires no segundo e também um que não me lembro o nome, mas era irmão do nosso colega carioca, o Cleber (com “k” ou com “c”?) Mesquita. Tivemos sociologia com o Zé Luiz e depois com a Maria Antônia. E inglês? Estão lembrados do velho Muthy (não me lembro a grafia correta). Se vocês aí da foto me permitirem quero aqui render minha homenagem a essa plêiade, nossos professores, que fizeram parte de nossas vidas e nos ajudaram e sermos o que conseguimos ser.

A esses meus contemporâneos da foto e a outros que não puderam comparecer, quero agradecer a oportunidade de ter vivido com vocês em um pedacinho tão importante de minha vida.

Aqui, agarrado com compromissos que não consegui postergar, não pude ir e fiquei padecendo de alguns sentimentos que me chegaram sem que eu autorizasse suas presenças, um pouco de culpa, uma dose de saudade e até um tiquinho de inveja. Inveja? Sim, inveja também. Como queria estar aí jogando um pouco de conversa fora e partilhar com vocês dessa arte primordial que devemos cultivar em nossas vidas, a arte do encontro. Como gostaria de ter-me feito presente. Pedi a Hélison e Rieira que bebessem a minha parte, creio que o fizeram. Uma pena que o Flávio (Miúdo), com problemas de coluna, não foi também No próximo iremos.

Nos meus 50 anos lecionando, não raro me referi à nossa turma e ao nosso “João Cursino”. Acho que o mais importante que tivemos ali estava no fato que foi incutida em nós, e não sei como, uma mentalidade desafiadora. Sabíamos o caminho que deveríamos trilhar e não me consta que alguém tenha ficado para trás. Aos que estão se dando ao trabalho de ler estes rabiscos, creiam-me, ali na foto só temos criaturas da melhor qualidade. Aquela turminha era espevitada, mas respeitosa. Ninguém ali veio a passeio neste planeta. Cada um fez a sua parte e o fez muito bem.

Acho que Denise, que aparece toda sorridente e de saia colorida na foto (no centro da fileira da frente), que já naqueles dias falava francês fluentemente poderia dizer um pouco daqueles anos dourados e outro pouquinho de nós: “C’était le meilleur des moments. Nous étions innocents et heureux.”

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  1. Bravíssimo, Paiva! Tirando a turma por você, foi realmente da melhor qualidade. Com o seu texto lapidar, você marcou presença naquela foto memorável. Parabéns. Francisco Gil Messias.

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