A maldade humana se apresenta de maneira sedutora, perseguindo seus próprios interesses. Este comportamento é marcado pelo egoísmo e, ...

Purificar e destruir

necropolitica caos social ditadura
A maldade humana se apresenta de maneira sedutora, perseguindo seus próprios interesses. Este comportamento é marcado pelo egoísmo e, frequentemente, se manifesta através da falsidade. Além disso, pode se expressar pelo sadismo, visando semear o medo nos demais por meio de agressões psicológicas ou físicas, o que resulta na destruição de valores socioafetivos e na desconsideração das normas sociais. Diante disso, quais são as expectativas em relação a um psicopata ou a um indivíduo em situação de exclusão social?

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Joseph-Achille Mbembe
Heike Huslage-Koch
Joseph-Achille Mbembe (1957) é um filósofo, historiador, teórico político e professor nascido na República dos Camarões, na África Ocidental. Em sua obra Necropolítica (2019), ele critica o modelo perverso de governo que utiliza o cruel poder econômico que gera a vulnerabilidade social. Nesse livro, o autor analisa a questão da maldade, destacando a constante social que evidencia a fragilidade das lideranças políticas, que falham ao responder tanto à escassez material quanto à existência dos cidadãos. Ele define esse fenômeno por necropolítica, também é conhecida como “política de morte”, que é uma força coercitiva para controlar ou eliminar cidadãos.

O pensador afirma que:

“A expressão máxima da soberania reside, em grande medida, no poder e na capacidade de ditar quem pode viver e quem deve morrer. Por isso, matar ou deixar viver constituem os limites da soberania, seus atributos fundamentais. Exercitar a soberania é exercer controle sobre a mortalidade e definir a vida como a implantação e manifestação de poder” (MBEMBE, 2018).

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Nesse argumento, a conexão entre o poder estatal e a morte - vista como um aspecto da gestão pública - representa um processo destruidor em regimes totalitários com o apoio de líderes psicopatas. Estes exercem seu domínio por meio de discursos de ódio, que visam eliminar a dignidade humana e, consequentemente, destruir a vida. Isso resulta em uma dessensibilização em relação à miséria alheia, convertendo o cidadão em um louco, levando-o ao desespero e, em muitos casos, ao suicídio. Por causa disso, a dignidade de uma população é afetada pela disparidade entre o direito à vida e as políticas que promovem a morte.

De acordo com Mbembe, as brutalidades nas interações das falsas políticas se intensificam com a legitimidade do extermínio de cidadãos em governos não democráticos, como uma forma de instaurar o terror. A ausência do Estado frente aos discursos de ódio estabelece a necropolítica como uma desordem caracterizada por conflitos de eliminação, discriminação e massacres. Assim, a dignidade de um povo é afetada por esse processo que instaura o caos social e a loucura nos cidadãos.

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MS
Na atualidade, a análise política evidencia as teorias normativas da democracia, utilizando a razão como fundamento da soberania para elaborar leis que promovam a equidade. O cidadão deve ser tratado como aquele que possui a capacidade de autoconhecimento, autoconsciência, autogestão, pertencimento e autonomia. A partir da valorização da dignidade humana, é possível distinguir a necropolítica na intenção perversa de eliminar o que é considerado diferente e indesejável. Nos relacionamentos, razão e sensibilidade devem priorizar o direito à vida, enquanto a política deve se orientar pelo que é benéfico a todos, considerando o bem comum.

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  1. Anônimo3/9/24 08:18

    Texto muito bom e esclarecedor! Parabéns! Denise Carvalho

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