Ao abrir o armário cruzei o umbral. Vi maravilhas como a liberdade, descobri meu lugar de fala, de choro, de grito, desesperacão e raiva, de canto, acalanto, assovio e silêncio.
Descobri que poderia ser elegante, amorosa e cuidadosa, mas também ser reativa, impulsiva e irascível...
Descobri que o mundo não pertence aos machos e machistas, às mulheres amarguradas, invejosas e complexadas, mas a todos nós: mulheres, homens, crianças, jovens, maduros, idosos, com necessidades especiais, portadores de deficiências físicas e mentais, portadores de cérebros neurotípicos ou atípicos, transexuais, heteroafetivos, homoafetivos e/ou outros.
Taeshin T.
Aos que não têm olhos para ver o belo, o simples, o detalhe, as cores em suas multifacetas, para ver a contribuição do outro em qualquer edificação ou construção, quer se trate de uma choupana ou soberba mansão.
Khongor Ganbold
Não pertence aos covardes de quaisquer sexos, de qualquer etnia ou nação, mas aos que amam, abraçam, cuidam e acima de tudo respeitam o espaço do outro, as lutas, a história, as marcas, as caminhadas e seus êxitos e fracassos.
Descobri que ninguém pode deter meu choro, meu grito, repúdio, desprezo, minha revolta com a injustiça, machismo, misoginia, etarismo, e todas as formas de discriminação e racismo.
Que ninguém pode me mandar calar, quando for meu momento de fala, me mandar sair, quando eu estiver no meu espaço, decidir onde devo estar!
Descobri que a vida é bela para os corajosos, autênticos e aventureiros, para os curiosos, ávidos de conhecimento, poesia e beleza.