Feminicídio é um neologismo criado nos dias atuais devido à violência exacerbada contra a mulher. Esta violência, que é pauta desde os...

Feminicídio

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Feminicídio é um neologismo criado nos dias atuais devido à violência exacerbada contra a mulher. Esta violência, que é pauta desde os primórdios, continua nos dias de hoje ainda com maior intensidade. A cada 15 segundos uma mulher é vítima de agressão no Brasil. Mesmo com a Lei Maria da Penha, os homens não se intimidam e continuam maltratando suas esposas, irmãs, namoradas. A violência, fruto da relação de poder do homem sobre a mulher, não acontece de uma hora para outra.

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Stephany Lorena
O feminicídio de um modo geral deve ser considerado uma forma extrema de “misoginia”, ódio e repulsa às mulheres ou contra tudo que seja ligado ao feminismo. Agressões físicas e psicológicas, abuso ou assédio sexual, estupro, escravidão sexual, tortura, mutilação genital, negação de alimento, espancamentos entre inúmeras formas de violência que levem à morte da mulher configuram-se em feminicídio.

É triste ouvirmos notícias de mais uma morte por feminicídio todos os dias. Até quando essa covardia machista vai continuar? De que vale a lei Maria da Penha se os homens — homens não — bichos, não a temem? Essa Lei que foi criada a partir do momento em que 40% dos casos de assassinatos de mulheres eram cometidos dentro de suas próprias casas, parece que não valeu de nada. Segundo estatísticas,

“A cada 15 segundos uma mulher escorrega no tapete, cai de uma escada e a cada uma hora e meia uma mulher é agredida” É assim que diz a propaganda da televisão. “Quando se agride uma mulher, agride-se uma sociedade inteira. Grite... Denuncie.”

Denunciar pra quê? Pra quem? Será que adianta? Creio que não. Afinal, o número de violência e assassinatos continua aumentando a cada dia mesmo com a Lei Maria da Penha. O que deveria ser o contrário, já que de acordo com o Código Penal Brasileiro, os crimes classificados como de homicídio classificado são punidos com reclusão que pode variar
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Alexandre Boucey
de doze a trinta anos, inclusive para o feminicídio — considerado um crime hediondo. Um ato imperdoável e gravíssimo. E daí? Os “machões” não estão nem aí para a Lei do Feminicídio.

Mas engana-se quem pensa que exterminar uma mulher afasta-a de cena. O feminicídio não é apenas uma questão de segurança pública, mas é também de saúde, economia e cultura. A reconstrução das histórias de feminicídio publicadas por jornalistas policiais, como também por jornalistas literários, tira da invisibilidade as trajetórias de vida das mulheres que tiveram suas vidas ceifadas, interrompidas e as ressuscitam temporariamente, produzindo o milagre de se sair do sensacionalismo que vitimiza e culpabiliza a mulher para a superação da espetacularização dos casos.

Desnaturalizar o crime e o ódio contra a mulher é uma atitude importante seja no jornalismo, na literatura ou na vida cotidiana. Todavia, mesmo com a lei que a “protege” tudo continua igual. Até quando os covardes vão se sentir proprietários da mulher?

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Fer Troulik
Infelizmente, penso que ainda vamos ter de conviver por muito tempo ainda com esse tipo de problema, pois enquanto o “bicho homem” não se conscientizar de que o mundo mudou — de que as mulheres não podem ser consideradas propriedades deles; que a violência não vai fazer com que elas os amem mais, que ao contrário, vai afastá-las muito mais deles — este mal do século não terminará nunca.

Será que um dia esses machões perceberão que com essa atitude irracional fazem sofrer não apenas a própria mulher, mas todas as pessoas que de uma forma ou de outra convivem com eles: os filhos, a família e a própria sociedade? Mulheres que sofrem violência doméstica tendem a adquirir doenças como depressão, pânico e a falta de autoestima. Sua vida social fica abalada pois ela não consegue socializar e, consequentemente, levar uma vida “normal”.

É preciso que se dê um basta nesta situação tão insustentável, do contrário a espécie feminina entrará em extinção.

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