Há poesia nos movimentos... No gol gritado a plenos pulmões para uma torcida fictícia quando a bola atravessa um gol demarcado por pedras, sandálias ou pedaços de madeira fincados ao solo; na corrida desenfreada pelo terreno do corredor de pés descalços; no cruzar dos olhos concentrados no adversário do outro lado da rede que já apresenta furos antes de um saque com a bola gasta; no equilíbrio do corpo sobre uma corda ou um skate, ou ainda na escalada da árvore em busca do fruto maduro como se fora um salto em altura...
Mo Liban
Olímpicas crianças são deuses que ficam eternizados nas feituras da infância. Ali nascem os atletas, os medalhistas, os recordistas, os sonhadores do futuro. É ali, pequeninos, onde são forjados os primeiros chutes, as iniciais braçadas, o equilíbrio para se chegar ao pódio da vida adulta.
O corpo é elástico e se expande sem precisar aquecer. Ele flutua nas diabruras do equilíbrio no tijolo de um muro e ainda não na trave da ginástica; galhos de árvores são as desafiantes argolas; as brigas por motivos toscos são os combates dos futuros boxeadores e judocas. O rio é a piscina para os nadadores mais rápidos após mergulhos destemidos de trampolins improvisados.
Sasin Tipchai
Ser feliz e sorrir é a meta dos jogos infantis de viver. O pódio é poder retornar no dia seguinte e seguir brincando. E aperfeiçoar os movimentos e momentos como um treino descontraído que tem como objetivo a própria alegria. Crianças são atletas e vice-versa... Os jogos são parques... olímpicos.