A mente é um jardim no qual florescem as sementes que nele são lançadas.
Paisagens sombrias de ressentimentos e tristeza, se cultivadas, projetam sombras espessas que nos debilitam e enfraquecem o ânimo. Em vez de estocar lixo na cabeça, cada um deve manter em sua tela mental a disposição de ajudar o próximo, de ser solidário, e de agir com bondade e compreensão. Trabalhando em favor do bem, criamos as condições de possibilidade imprescindíveis ao nosso próprio bem estar.
Sempre podemos servir e lançar mão de toda bondade que pudermos reunir em nossos corações e expressar através das nossas atitudes. Ao apoiarmos os outros em suas necessidades, ao lhes prestarmos socorro com eficiência e boa vontade, iluminamos os nossos próprios passos com a candeia da utilidade.
O enfrentamento de desafios e dificuldades não devem nos desmotivar para as sucessivas provas da vida. Suportando-as com serenidade, compreenderemos que elas fazem parte de nosso processo de crescimento.
Em vez de nos perdermos em preocupações e devaneios perigosos, devemos nos concentrar naquilo que podemos mudar, dedicando-nos com denodo às tarefas que nos competem, tanto para a sobrevivência material quanto em favor do bem comum, sempre buscando exercê-las com dedicação e disciplina.
A vigilância dos próprios pensamentos e ações nos poupa de surpresas desagradáveis e previsíveis e nos dá a oportunidade de nos manter atentos àquilo que fazemos de nós e dos outros no dia-a-dia. Como agirmos, somos. A prática é que passa a fatura do caráter, mesmo que não haja testemunhas.
Deus conta conosco no grande mutirão de renovação do mundo. Cada um, segundo as suas próprias possibilidades, pode contribuir para que tudo melhore continuamente, com sua disposição de servir.
Há, contudo, algo do qual devemos nos lembrar sempre. Embora o nosso empenho faça a diferença e colabore com o alívio e a melhoria do ambiente à nossa volta, ninguém deve se considerar imprescindível. A lanterna mais brilhante disponível atualmente emite duzentos mil lúmens, cerca de vinte vezes o brilho de um farol automotivo comum. Ela produz uma iluminação tão intensa que é utilizada em operações de resgate. Em sua ausência, contudo, o toco de vela projeta seus modestos dez lúmens, sendo o suficiente para criar uma iluminação suave em ambientes pequenos, possibilitando a leitura de um texto, o desempenho de uma tarefa necessária ou até o livramento de um acidente fatal.
É fundamental servir com humildade, sem buscar reconhecimento ou recompensa, com a consciência da própria fragilidade e limitação. Cada ato de serviço é uma oportunidade para aprender e crescer, o que enriquece tanto quem serve quanto quem é servido.