Há eventos que desanimam e quitam a alegria, contudo nos cabe criar estratégias de resistência e de motivação para prosseguir sem reclamar. A tristeza é uma ferida que não devemos conduzir no coração, sob o risco de vivermos abaixo da sombra projetada pelos próprios fantasmas que criamos, o que pode transformar a vida numa jornada fastidiosa e desgastante, malversando um recurso luminoso que nos foi facultado como benção e não como condenação.
Quando a angústia nos assalta, podemos lançar mão de alguns remédios que estão ao nosso alcance: como aferir as alegrias e privilégios de que dispomos no curso dos próprios dias.
Um amigo que passava por um problema pessoal muito grave, foi ao médico em meio às agruras que experimentava e se deparou com uma mãe que conduzia o filho acometido de uma doença crônica e grave, com a qual teria de conviver por toda a vida. Lembrou-se que tinha três filhos saudáveis, e percebeu que deveria ser mais agradecido.
Nos dissabores familiares, devemos nos lembrar que quem vive na solidão involuntária trocaria facilmente o seu isolamento pelos murmúrios e reclamações de parentes difíceis que muitas vezes, em momentos de decepção, queremos tanto evitar. Viver só pode ser muito mais doloroso do que o desafio de conviver.
Se experimentamos conflitos sob o teto compartilhado com parentes complicados, recordemo-nos daqueles que sequer têm um telhado sobre si. Se amigos se distanciaram ou nos evitam, há quem nunca os tenha tido. Se somos vítimas de agressões gratuitas e de incompreensões e injustiças, e percebemos isso, podemos nos consolar sabendo que é melhor estar na condição de compreender, de desconsiderar as ofensas e até mesmo de ajudar quem, por ser tão triste, tem de agredir os outros para se sentir melhor.
Feliz de quem consegue o equilíbrio e o bom senso sem ceder à tentação da violência e da vulgaridade, preservando a própria sanidade e dignidade.
Os compromissos por vezes nos pesam, mas há os procure como garantia da própria subsistência material para si e para os seus, sem terem logrado sequer a possibilidade de encontrá-los.
Quando nos aborrecemos, podemos nos lembrar que muitos necessitam de nossas palavras de incentivo e de apoio. Há tanta gente abatida precisando de um simples gesto que reanime a confiança em si mesma e de uma frase que a impulsione para frente…
A gratidão imuniza contra o assédio do mal. Quando contabilizamos as bênçãos, podemos nos perceber como privilegiados. O desespero visita mais facilmente aqueles que se distraem dos muitos presentes que recebem sem perceber, entregando-se ao queixume que lhes emudecem para o sublime dever de agradecer. Quem olha para a sombra é tragado por ela. Quem alimenta o abismo, acaba consumido por ele. O melhor é olhar para o alto e para a luz, para poder seguir adiante, melhorando a si e ajudando a todos o máximo que for possível, por todos os meios disponíveis.
Em vez de olhar para o que está errado, procuremos identificar causas de felicidade, mesmo nas dificuldades, já que os próprios desafios são oportunidades de aprendizado. Antes de reclamar, podemos pausar e refletir, de modo a clarear a mente e evitar palavras negativas.
Cada dificuldade traz uma lição. A vida é uma escola na qual todos os obstáculos são professores que nos ensinam a ser melhores. Quando inclinados a reclamar, é útil desviar o foco para ajudar os outros. Auxiliar quem necessita não só traz alívio para quem recebe, mas também para quem dá. O amor ao próximo é um remédio poderoso contra o desânimo. Nunca falta quem precise de ajuda.
Aceitar que certas coisas estão fora do nosso controle ajuda a evitar reclamações. É importante nutrir a consciência e a confiança de que tudo acontece por uma razão maior.
Em Mateus 26:41, Jesus recomendou vigiai e orar para não entrar em tentação. Como sempre, Ele Está Certo, pois manter a mente vigilante para identificar impressões negativas e substituí-las por pensamentos alegres é fundamental para criamos, em torno de nós e de quem convive conosco, espaços de paz, harmonia e serenidade.
A lamentação é um fruto do egoísmo e da ignorância que só aumenta as dores da alma. É preciso aprender a pensar sem autopiedade, pois só o bom ânimo ajuda a si e aos outros.