Quando nasci, seu moço
uma estrela perguntou
— O que tu queres menina? Podes pedir que te dou.
Estava ainda chorando, com o oxigênio varando os meus pulmões com furor!
Mas respondi enfadada
— Estrela, não quero nada, além do que destinou o universo pra mim: um lar com pais amorosos, trabalhadores e éticos, empáticos, inteligentes,
amantes de festa e gente
de cinema e de teatro,
música, dança,leitura, artes plásticas artesanato,
e folguedos populares.
A estrela insistiu:
— Certeza que é o bastante?
Não queres luxo, riqueza, corpo forte e beleza
sucesso e êxito na terra?
Respondi de inopino:
— amiga com pais assim, terei êxito, não da terra, as belezas que encerram a natureza bailando.
Terei ainda afeto, cultivo do intelecto, coragem para enfrentar meus vícios e dubiedades...
Terei ainda ternura, autoestima, aventura, nas histórias de Trancoso, e de Pedro Malazarte.
Conhecerei oceanos, continentes, os mais diversos, pois os livros que lerei me levarão ao encontro
das tradições mais antigas
história geografia, filosofia, romance, poesia, crônica e canto.
Cantigas, frevo, e ópera, incelenças e acalantos.
Terei comida, remédios, agasalhos quando o frio visitar meu frágil corpo.
Terei ainda a ventura de respeitar meus irmãos, aceitar suas escolhas, amá-los sem condição!
agosto 07, 2024
Quando nasci, seu moço uma estrela perguntou — O que tu queres menina? Podes pedir que te dou. Estava ainda chorando, com o...
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