Roteiro de ilusão
Sou devota da beleza são as águas em que meu olhar se espelha é o poder de me divertir olhando o céu e ler um poema com perfume desenhar no ar um rosto marcado Tem dias que me sinto culpada por escrever coisas belas Para o querer não há ouro que pague nem sentido que renegue Tem dias que me sinto à margem quando após um mergulho profundo não há ninguém quando retorno à superfície. Tem dias que me pego amando demais Feito o sol depois da chuva Dias que me visto de amarelo Pinto os olhos com kajal Ofereço a boca à manga madura Tinjo de gloss os lábios Tem dias que não tenho amor para dar Sou um sonho equivocado Encolhida feito a lua na minguante Acanhada no palco de estrelas Tem dias que me reconheço grande, em outros dias sou menos que uma ínfima poeirinha mínima poesia mínima Tem dias que espero o que não vem palavras desordenadas teu silêncio sopra em mim tua existência transitória Tem dias que estou quase acabando leve, emudecida passo o tempo lembrando- me de te esquecer Fiz votos de fé A poesia é a vida que diz E escreve no céu deserto Nas noites Nas noites Alongo a madrugada Não sou insone Sobra-me vontade de viver Intensa Repito cenas que ousei na intimidade Por prazer O tempo se demora em mim Tem dias que molho o travesseiro Choro Pelo amor desfeito Vontade imensa de construir O amor pelo avesso Como se fosse o direito Nas horas A lânguida cor do abandono Voillete cinza chumbo No rosto maquiado O vestido preto Meias fumê Revisito-me em outro tempo Desdobrável Amor é obra de arte Sou eu desabrida Pronta a me transportar No universo de um bem Livre para o voo sincronizado Na dança das nuvens de julho Tem dias que me encho de esperança Hoje estou assim À beira de mim À beira d’água À beira dos olhos rasos Dele Que nem sei … Estou só A música me faz companhia Vibra em um tempo sem lugar Anestesia a dor Opera o milagre de cerzir o coração Sobras das linhas cortadas Da pauta da clave de sol Tem noites que me sei antigamente Romântica de doer Camisa de dormir de seda pura Na cama cabe um par Estou ímpar Lembro-me de minha mãe Quero colo Braços vagos Excedo o que nem sei dizer Tenho-me nas gavetas do profundo Tem noites em que sou o livro Palavras dentro de mim Absurdamente tecida em manuscrito Quando saio noite a dentro Busco-te no infinito Acuada por palavras vagas Pergunta no ar Ficou sem resposta Amor vazio Você no seu tempo Eu no seu passo Somos metáforas No escuro místico Do cravo que amou a rosa No sonho de um céu nanquim De fato não existimos Escrevemos a quatro mãos Um roteiro de ilusão
Sou devota da beleza são as águas em que meu olhar se espelha é o poder de me divertir olhando o céu e ler um poema com perfume desenhar no ar um rosto marcado Tem dias que me sinto culpada por escrever coisas belas Para o querer não há ouro que pague nem sentido que renegue Tem dias que me sinto à margem quando após um mergulho profundo não há ninguém quando retorno à superfície. Tem dias que me pego amando demais Feito o sol depois da chuva Dias que me visto de amarelo Pinto os olhos com kajal Ofereço a boca à manga madura Tinjo de gloss os lábios Tem dias que não tenho amor para dar Sou um sonho equivocado Encolhida feito a lua na minguante Acanhada no palco de estrelas Tem dias que me reconheço grande, em outros dias sou menos que uma ínfima poeirinha mínima poesia mínima Tem dias que espero o que não vem palavras desordenadas teu silêncio sopra em mim tua existência transitória Tem dias que estou quase acabando leve, emudecida passo o tempo lembrando- me de te esquecer Fiz votos de fé A poesia é a vida que diz E escreve no céu deserto Nas noites Nas noites Alongo a madrugada Não sou insone Sobra-me vontade de viver Intensa Repito cenas que ousei na intimidade Por prazer O tempo se demora em mim Tem dias que molho o travesseiro Choro Pelo amor desfeito Vontade imensa de construir O amor pelo avesso Como se fosse o direito Nas horas A lânguida cor do abandono Voillete cinza chumbo No rosto maquiado O vestido preto Meias fumê Revisito-me em outro tempo Desdobrável Amor é obra de arte Sou eu desabrida Pronta a me transportar No universo de um bem Livre para o voo sincronizado Na dança das nuvens de julho Tem dias que me encho de esperança Hoje estou assim À beira de mim À beira d’água À beira dos olhos rasos Dele Que nem sei … Estou só A música me faz companhia Vibra em um tempo sem lugar Anestesia a dor Opera o milagre de cerzir o coração Sobras das linhas cortadas Da pauta da clave de sol Tem noites que me sei antigamente Romântica de doer Camisa de dormir de seda pura Na cama cabe um par Estou ímpar Lembro-me de minha mãe Quero colo Braços vagos Excedo o que nem sei dizer Tenho-me nas gavetas do profundo Tem noites em que sou o livro Palavras dentro de mim Absurdamente tecida em manuscrito Quando saio noite a dentro Busco-te no infinito Acuada por palavras vagas Pergunta no ar Ficou sem resposta Amor vazio Você no seu tempo Eu no seu passo Somos metáforas No escuro místico Do cravo que amou a rosa No sonho de um céu nanquim De fato não existimos Escrevemos a quatro mãos Um roteiro de ilusão