Na vida, somos presenteados com incontáveis momentos que poderiam facilmente ser catalogados como inesquecíveis.
Seja uma festa marcante, uma exposição que nos inspirou, um passeio que nos fez enxergar o mundo com novos olhos, ou outros eventos especiais que cruzam nosso caminho, todos esses instantes possuem o potencial de deixar uma marca indelével em nossa memória e em nosso coração.
No entanto, é intrigante notar como, por vezes, negligenciamos a gratidão e a celebração desses momentos memoráveis em detrimento de nos concentrarmos nas lembranças desagradáveis e negativas que, por vezes, parecem ocupar um espaço desproporcional em nossa mente.
Por que será que, mesmo diante de tantas experiências positivas, tendemos a fixar nossa atenção nas adversidades e nos momentos difíceis?
A psicologia sugere que nossa tendência em valorizar mais as experiências negativas do que as positivas está enraizada em mecanismos de sobrevivência evolutiva.
Desde os primórdios da humanidade, os seres humanos têm enfrentado uma série de desafios e ameaças à sua sobrevivência.
Em um ambiente hostil e incerto, a capacidade de reconhecer e se lembrar de situações negativas foi crucial para garantir a proteção e a segurança do indivíduo e da comunidade.
Na era dos primatas, por exemplo, a lembrança de experiências negativas, como encontrar um predador ou um alimento venenoso, permitiu aos nossos antepassados evitar situações potencialmente perigosas no futuro.
Assim, a tendência de valorizar mais as informações negativas do que as positivas evoluiu como um mecanismo adaptativo para a sobrevivência.
Além disso, lembrar-se de experiências negativas e aprender com elas ajudou os seres humanos a desenvolver estratégias de resolução de problemas, aprimorar habilidades de previsão de riscos e a tomar decisões mais acertadas em situações de perigo iminente.