Ontem à noite estive em Paris, porém não visitei muitos lugares porque meu passeio foi rápido. Estive na Rue de Sèvres, no número 1...

Entendam e vivam suas mensagens

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Ontem à noite estive em Paris, porém não visitei muitos lugares porque meu passeio foi rápido. Estive na Rue de Sèvres, no número 149, perto da entrada do Hospital Necker. Lá encontrei uma placa de mármore onde pude ler: "Neste Hospital, Laennec descobriu auscultação".

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Logo abaixo daquela inscrição estão esculpidos o perfil de um homem austero e duas datas (1781 – 1826), enquadrando um caduceu formado pela taça dos farmacêuticos e pela cobra de Esculápio.

O livro A Fabulosa História do Hospital foi o que me fez desembarcar na Paris daquela época, que está um pouco diferente de hoje, sem aquelas carruagens desfilando pelas ruas, ornamentadas com peças douradas e cabines aveludadas.

Em outro livro, eu soube que a população da Grã-Bretanha se ofereceu para receber dez mil crianças judias menores de dezessete anos. O fato se deu logo após 10 de novembro de 1938, data em que ocorreu a Noite dos Cristais em toda Alemanha e Áustria.

O deslocamento perdurou por um ano e as crianças foram alojadas junto às casas de acolhimento, abrigos e quintas (propriedades rurais).

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1938: crianças judias abrigadas na Inglaterra ▪ Fonte:Wikimedia
Aquela violenta onda antissemita marcou a vida de muitas famílias, que perderam tudo o que tinham, inclusive Rudolf Adler. Seu filho, Samuel Adler, foi uma das crianças levadas pelo Kindertransport para a Inglaterra, como conta o livro O Vento Sabe o meu nome de Isabel Allende.

Belo gesto humanitário daquelas pessoas, que proporcionaram esperança aos que sofriam, atos que demonstram que "o mais importante não é nosso tempo em vida, mas o quanto o significamos" (Sêneca, Epístolas).

Como Luzimar e Cintia fizeram com filhos de mães solteiras que vivem em Bangu, no Rio de Janeiro, protegidas por uma rede de apoio, que são grupos de pessoas com quem as mães “solo” podem contar. Ato parecido com o provérbio africano
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Companhia das Letras
que diz que "é preciso de uma comunidade para que se crie uma criança".

No livro "Aqui é aqui" o protagonista conta como adormece em uma cama, e acorda em outra, em outro quarto, de outra casa, em outra rua.

O autor Caio Zero, retrata a história de muitos brasileiros de mães solo que precisam de ajuda. A irmã mais velha e a mãe de Caio jamais contaram a ele como se dava a mudança de cama, porque elas queriam manter acesas a curiosidade e a imaginação do menino.

Os livros adoram a todos que os abrem e se entregam lentamente, até que entendam e vivam suas mensagens.

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