Não resisti ao apelo de quem pôs em livro o Café Alvear, o ponto de encontro perdido, aderindo a esta cidade ainda no tempo em que todas as pessoas se conheciam e fui ver, com o sol brando, o Ponto de Cem Réis em obra na nova versão de Cícero Lucena.
A versão Damásio Franca, nos anos 1970, foi dada como impreterível a justificar o túnel e a passagem circular de nível da Guedes Pereira para a Duque de Caxias. Vem Ricardo Coutinho com Luciano Agra e deixam só o túnel, voltando o Cem Réis ao largo ou praça Vidal de Negreiros surgida com a derrubada da Igreja do Rosário dos Pretos, que um belíssimo álbum editado por Fernando Moura, com prefácio do prefeito de então, reproduz em 2006.
Ponto de Cem Réis (Adm. Damásio Franca) Edicard
Nestes últimos dez anos tenho atravessado o Ponto de Cem Réis apenas sob o testemunho adormecido e mudo dos três ou quatro prédios velhos que ainda resistem ao abalo do trânsito e ao desprezo da elite.
Praça Vidal de Negreiros (PB9 PMJP
Busto de Vidal de Negreiros
(J. Pessoa) PMJP
(J. Pessoa) PMJP
Consegui brechar: o busto de Vidal de Negreiros livrou-se da enorme base de cimento feita para lançamento de foguetes a pretexto de servir de pedestal para o fundador da nacionalidade brasileira. Há quatro ou cinco mil anos, pedestal tem sido suporte de pedra ou mármore para uma escultura, um objeto de arte com o qual deve se harmonizar. Faltava esse liame da escultura com a monstruosa plataforma de cimento a contrastar com a delicadeza do pequeno busto do nosso herói maior. Para Barbosa Lima Sobrinho deve-se a ele, a Vidal de Negreiros, a união cívica das três raças forjada nos Guararapes. O velho Varnhagen não diz por menos.