Um Blues e Seus Azuis Queria ser um acorde Perfeito Maior E ecoar além das nuvens E mergulhar no mar E reverberar...

Queria ser um acorde e ecoar além das nuvens

poesia paraibana aurelio cassiano
 
 
 
Um Blues e Seus Azuis
Queria ser um acorde Perfeito Maior E ecoar além das nuvens E mergulhar no mar E reverberar pelas montanhas Queria ser uma nota Musical tão triste Quanto uma lágrima Que se perdeu da face Que evaporou-se Ao Sol Mas sou só rouquidão Entre soluços De oração desesperada Estrada que termina Sem levar a nada Minha alma está vazia Hoje eu sou o vento Que sopra por ocas cavernas E arranca o som dos uivos Me espalho pelo éter mas Me prendo nos muros Eu estou no mundo mas estou mudo Mas eis que ainda ouço Uma canção E ela diz dos dias que tenho que viver Para ressuscitar o Sol E iluminar a flor da eternidade Até retornar para nossa verdadeira casa



Que seja a sombra Da espera A casa rôta A mão a desfolhar as espigas As raparigas Presas no rótulo E a óstia Santa Estendida Um sol dormente Preguiçoso Um adeus doído De alívio E o caixão Somente um depósito Dores Vinhos Propósitos De Deuses Homens Todos pedaços De tempo



Se não fosse o tempo Não seria se Não haveria espera Nem chegada Não haveria nada Nem língua Nem acaso Sol posto Sal no rosto Ou sorrisos Se não fosse o tempo E essa sua mania de passar Liquidando sólidos Arrancando lágrimas Erguendo futuros Claros e escuros Se não fosse o tempo Haveria tempo De eternamente calar A escuta

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