A vida nos traz lições simples que preparam a nossa alma para responsabilidades maiores que nos vão sendo atribuídas gradativamente, à ...

Quando amadurecemos?

A vida nos traz lições simples que preparam a nossa alma para responsabilidades maiores que nos vão sendo atribuídas gradativamente, à medida em que passamos em cada prova.

Até para estender a mão num gesto de auxílio, quem já aprendeu a respeitar a sensibilidade dos outros, busca ajudar com tato, respeito e cuidado. A perspicácia e a elegância impedem que o outro se constranja. Diante das necessidades alheias, o melhor mesmo é auxiliar sem perguntar o que está faltando.

Dany13
Ademais, o que dizemos também traduz o aprendizado acumulado por uma alma já experimentada, amadurecida, sensata e equilibrada. Quem deixou a sabedoria se instalar dentro de si, consegue silenciar qualquer tema que provoque maus sentimentos. Comenta só o bem. Reflete a luz. Promove a paz. Fala do que é construtivo, evitando tudo o que instigue inquietação e desassossego.

Outra importante indicação de crescimento espiritual é assumir as próprias responsabilidades, sem evitar nem delegar seu trabalho a terceiros. Ser útil é uma dádiva muito maior do que permanecer no ócio. De nada adianta buscar “renda passiva” e fazer com que o dinheiro trabalhe em seu lugar, se, uma vez instalado na inatividade, você não ajudar ninguém. O melhor é ser diligente, ajudar as pessoas, tornar o mundo um lugar melhor, fazer a diferença na vida dos outros, cooperar em favor do próximo, o que se obtém através do trabalho e não da preguiça.

Realizar boas obras em silêncio, sem esperar nem exigir reconhecimento e aplausos é mais um sinal de sensatez e de sobriedade que pode ser aprendido com a sucessão dos dias vividos.

Unsp
Quem sabe aproveitar o saldo das circunstâncias aprendeu a não guardar ressentimos. Aquele que esquece o mal, valoriza o bem.

A maturidade nos torna capazes de reconhecer o próprio valor que está em nós mesmos, sem nos fiarmos tanto nas emoções, ideias e avaliações dos outros. Viver com o coração sequestrado é terceirizar a própria felicidade, deixando-a refém da vontade alheia. Embora devamos oferecer amor e apoio e aceitá-los de volta, com gratidão e humildade, não devemos depender do afeto de quem quer que seja. O Amor de Deus e o valor que ele depositou em nós devem nos nutrir e inspirar para que sejamos um sol de amor e não um buraco negro de carência.

Com o tempo, não necessitamos mais que os outros nos forcem ou convidem à autorreflexão, pois nos capacitamos, sozinhos, a perceber, analisar e considerar os problemas da vida por conta própria.

Fellipe Ditadi
A experiência nos leva a não especular demais os sentimentos presentes nos corações alheios. O ditado popular assevera que “coração do outro é terra que ninguém anda”. No curso dos anos, aprendemos a perceber o amor e a consideração mais nas atitudes e nos gestos do que nas palavras e discursos. Em vez de cogitar se somos ou não amados, o melhor é amar.

Uma frase atribuída ao físico Albert Einstein afirma que

"a maturidade começa a se manifestar quando sentimos que nossa preocupação é maior pelos demais do que por nós mesmos."

A vida nos ensina que a mais alta liberdade é honrar os compromissos que nos foram confiados, pois, sem um dever a cumprir, ser livre não serve para nada. Apenas um espirito maduro é capaz de transcender a conveniência pessoal e se sacrificar em nome de um bem maior. Só quem já superou a própria pequenez e mesquinharia é capaz de se governar. No Capítulo 8, Verso 103 do Dhammapada está dito que

“o maior dos conquistadores não é o que, em batalha, submete milhares de homens, mas o vencedor de si mesmo.”


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