Um instante de desespero pode precipitar consequências devastadores que podem se estender indefinidamente. A impaciência não adianta nada. Quem se precipita, só ajuda a piorar circunstância já difíceis. O aborrecimento só agrava a enfermidade. Ninguém impressiona ou agrada ao demonstrar intranquilidade e agitação. Seja no convívio familiar ou no profissional, a impaciência apenas sabota o ambiente.
A sabedoria chinesa diz que esperar com tranquilidade é a chave para todos os problemas que não têm solução imediata. Rousseau reconheceu que a paciência é amarga, mas também disse que seu fruto é doce. É preciso suportar o sofrimento e aguentar firme e com dignidade as muitas situações desafiadoras da vida. É o que nos compete fazer diante da consciência de que nenhuma circunstância é aleatória e tem sempre um sentido que nos traz aprendizado.
O ritmo da natureza é o da paciência, como bem nos lembra Ralph Waldo Emerson. Aprendamos com ela, então. As sequoias gigantes atingem até noventa metros de altura, algumas com uma largura de sete metros. O seu crescimento, porém, ocorre de modo lendo e quase imperceptível no decurso de centenas de anos de vida. Ela sobe em direção ao céu, enquanto espera e suporta, pois a sua espécie, conhecida como sequoiadendron giganteum, também se caracteriza por sua grande resistência a pragas, enfermidades e até incêndios, bem como por sua extraordinária capacidade de se regenerar após sofrer danos. Outra gigante, a tartaruga das Ilhas Galápagos, nasce minúscula, mas, devido a adaptação e longevidade, pode atingir um tamanho imenso. O seu baixo metabolismo se adapta aos recursos limitados do ambiente insular em que vive, capacitando-a a sobreviver longos anos com pouca água e comida.
Ao ser capaz de superar as dificuldades a sua volta, ela pode chegar a quatrocentos quilos e quase dois metros de cumprimento. Outro exemplo nessa direção é o dos pinguins imperadores machos, que chocam seus filhotes por cerca de dois meses, nas baixíssimas temperaturas antárticas, tendo de resistir ao inclemente vento frio, ao tentar equilibrar os ovos sobre si para deixá-los sempre cobertos, durante um jejum de comida que engloba todo o período de incubação, até a eclosão dos ovos. Os enormes recifes de corais, também são construídos pelo habilidoso e paciente artesanato na natureza, ao longe de centenas ou milhares de anos, camada sobre camada, através de um silencioso crescimento anual milimétrico.
Santo Agostinho considerava a paciência como a melhor companheira da sabedoria. Na caminhada, as maiores distâncias são vencidas com um passo de cada vez. Os efeitos da paciência e da perseverança sobre o tempo fazem com que as dificuldades e os obstáculos diminuam gradativamente ou desapareçam. Se nos mantivermos confiantes, serenos e tranquilos, enquanto agimos e nos esforçamos para melhorar, faremos jus ao socorro que já foi providenciado pelo imponderável. No oculto, Deus Preparou o socorro.
Suportando com dignidade e trabalhando no bem, ganhamos o tempo necessário para que as piores situações se amenizem, e para que o alívio, já providenciado e a caminho, alcance-nos no momento certo. Em desespero, você diz: “Ninguém pode me ajudar. Não há saída. De onde virá a ajuda?” Mas essa resposta já foi dada há muito tempo, desde o século VI a.C., através dos dois primeiros versículos do Salmo 121: “Elevo os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra.” Era verdade ontem, e é verdade hoje. Ninguém perde por ter um pouco mais de paciência. Espere mais um pouco. Só mais um pouco.