Uma das formas de aquisição da propriedade móvel é o que chamamos de "ACHADO DO TESOURO". Essa forma de aquisição é muito comum na Paraíba, pelo incrível que pareça, tanto no litoral norte paraibano e cidades próximas, desde o tempo das incursões francesas como das invasões holandesas, bem como no semiárido, em virtude da necessidade de esconder riquezas dos cangaceiros que invadiam propriedades rurais e cidades.
Os tesouros estão geralmente escondidos em área de propriedade rural e pelo conhecimento popular, você sempre encontra o tesouro após um sonho que revela a localização, geralmente é a alma do antigo proprietário ou proprietária do lugar, dando início à "caça " das botijas.
O tesouro é uma "fortuna" enterrada em algum local, seja no subsolo ou emparedada em antigas propriedades com paredes falsas, sendo que não se consegue mais identificar o antigo dono e muitas vezes o período histórico, quando consiste em ouro e joias.
A forma de apropriação do tesouro está descrita no Código Civil, sendo que o tesouro deve ser dividido igualmente entre o proprietário do lugar e o descobridor, salvo quando o descobridor também é o proprietário ou se a busca do tesouro foi patrocinada pelo proprietário do imóvel onde está escondido o tesouro justamente com essa finalidade.
Em terras onde pisaram piratas europeus e cangaceiros como a Paraíba, é corrente entre a população ter conhecimento de alguém que encontrou algum tesouro revelado por algum espírito atormentado. O fato é que eu ainda não encontrei um. Mas, independentemente do valor da fortuna, seria muito interessante me deparar um dia com uma botija de séculos atrás.