A religião surgiu da necessidade - quando não havia, ainda, suficiente ciência - de se entender o que é o mundo e o que fazemos aqui...

O que não acredito é no deus tribal dos judeus

fe ateismo fanatismo cristianismo
A religião surgiu da necessidade - quando não havia, ainda, suficiente ciência - de se entender o que é o mundo e o que fazemos aqui, mas sempre - infelizmente - foi instrumento do oportunismo de grandes opressores. Sempre.

De modo que a expressiva dupla grade na maciça parede da velha cadeia de Pombal me levou a criar um quadro com prisioneiros atrás de uma série de Cristos na cruz, em
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WJ Solha
versões que vão de Grünewald a Velásquez, de Rubens a Gauguin, como acontece ... nas várias seitas – interpretações - ditas cristãs.

Exemplos contemporâneos: todas as vítimas do patriarca da igreja ortodoxa russa, Cirilo, que assegura - riquíssimo - que Putin "é um milagre de Deus”, apoiando a guerra na Ucrânia, ou Bolsonaro - assegurando que é o Bem contra o Mal – tudo escorado no lema "A pátria acima de tudo (visivelmente calcado em Deutschland über alles ) e Deus acima de todos".


Aprendemos no catecismo que ... se tudo tem princípio e fim – a começar por nós e até os longos e vastos impérios -, o Universo também teve um Gênesis – ou Big Bang - e terá um Apocalipse – ou Big Crunch. Tudo teria começado há 6 milênios, pela cronologia bíblica, ... 15 BILHÕES DE ANOS, segundo os cientistas, com o Paleolítico Inferior – a parte mais remota da Idade da Pedra - indo de 2,5 milhões a 300 mil anos atrás.

De um modo ou de outro, como nada vem do nada - segundo Parmênides observou por volta do ano 500 a.C. - e como a máquina cósmica revela uma inteligência ilimitada em sua concepção, imaginou-se que houvesse - no Sinai, no Olimpo, no Céu - o máximo do que se via no mundo de então, “alguém” à NOSSA imagem e semelhança, mas eterno, onisciente-onipresente-onipotente – um Deus, ... tão humano, que pudéssemos bajular com hinos, palácios chamados templos, títulos como Rei dos Reis, Lord of Lords, Rex Tremendae Majestatis!

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Grünewald / Velásquez / Rubens / Gauguin
Há uma aula colegial de religião, no filme Monty Python - O Sentido da Vida, de Terry Jones e Terry Gilliam, onde o professor ensina à rapaziada a bajular o Eterno dizendo coisas como:

- Oh, Senhor, vós sois tão grande! Estamos realmente impressionados, aqui embaixo! E devo dizer: vós sois... o Altíssimo, vós sois... maravilhoso, sois incrível, vós sois... o máximo!

Isso mostra o quanto é ridículo e infantil o que se tem feito, com a ressalva de que desses desvios - em que diminuíamos Deus dessa maneira - saíram magníficas obras de arte, como a catedral de Chartres, criações musicais como as de Haendel e Bach, esculturas e pinturas como as de Miguelângelo. Numa das muitas vezes em que alguém – por textos como este - me rotulou de ateu, corrigi:

- Não. O que não acredito é no deus tribal dos judeus.

Excertos do livro "Autob/i/ografia", disponível impresso na Arribaçã e em formato Kindle na Amazon



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