“Até quando o mundo será governado pelos tiranos?
Até quando nos oprimirão com suas mãos cobertas de sangue?
Até quando se lançarão povos contra povos numa terrível matança?
Até quando haveremos de suportá-los?”
Bertold Brecht (1898 – 1956).
Bertold Brecht (1898 – 1956).
A violência causada pelo individualismo sempre cria novas formas para destruir a dignidade do cidadão. Essa brutalidade se dá pelo egoísmo e pela falta de sensibilidade diante da miséria humana, independente se uma pessoa seja eliminada ou isolada em sociedade.
Gerd Bornheim
“O individualismo, construído com uma lucidez inusitada, se configura como ponto de partida das modernas revoluções. Acontece que esse mesmo individualismo desencadearia também o drama maior da modernidade. Realmente a soberania do indivíduo começa a tropeçar de imediato com suas próprias fronteiras. A questão que logo se coloca está toda nesta pergunta: se a autoafirmação do indivíduo se torna tão soberana quanto autônoma, cabe perguntar pelos limites dessa nova situação; até que ponto se faz de fato tolerável essa expansão do indivíduo, que até passa a equacionar a si próprio simplesmente em termos de universo: o homem – quer se garantir agora – reflete em seu próprio corpo as proporções do cosmo. Entrementes, ocorre, por aí, que se marginaliza esse outro problema não menos essencial: se há uma matemática proporção entre o cosmo e o indivíduo, qual seria a proporção entre esse mesmo cosmo e a sociedade que congrega indivíduos? Cabe dizer, pois, que o individualismo termina por desentender-se no tema maior de suas próprias limitações. Como consegue o indivíduo, finalmente alçado à sua própria excelência, fazer de si mesmo uma realidade social? E esta pergunta configura as bases que perpassam todas as crises sociais dos tempos modernos”
BORNHEIM, 2003, p. 213
Nos dias atuais, Leis são criadas entre a desunião e o ódio. O risco desse terror é de forçar as limitações do poder do Estado que mantém o direito à vida dos cidadãos vulneráveis das necessidades vitais para sobrevivência. Esse conflito, por meio da violência, irá desprezar
O filósofo e compositor suíço Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) observou o contraste que descreve a vida do corpo social a fim de questionar o poder político. Para Rousseau, a ordem social é um direito que atende a todos os cidadãos. Em seu livro Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens (1755), ele apresenta a sua admiração pela natureza ao afirmar que os frutos da Terra são de todos e a Terra é de ninguém. E que a natureza humana é um equilíbrio entre o que se quer e o que se tem. Na obra, ele afirma que a maldade humana é uma criação de cada cidadão e que todo cidadão deve buscar uma vida simples em unidade com a natureza, porque a selvageria humana nasce quando o indivíduo está inserido na sociedade civil. Segundo o pensador, a bondade humana surge quando o cidadão satisfaz seus desejos para a própria sobrevivência sem criar conflitos e nem de impor a sua força sobre outros cidadãos. Para isso, os cidadãos devem manter o respeito para com todos e reconhecer a importância da boa convivência no corpo social. Uma das suas teses é de que a liberdade deve estar a serviço da necessidade do outro e que a vida em sociedade deve construir a igualdade.