A vida pastoral de Dom José Maria Pires, na Paraíba, foi de constante conversão. Dom José dizia que tudo o que vivenciou na Paraíba aj...

Cantata para Dom José

dom jose maria pires
A vida pastoral de Dom José Maria Pires, na Paraíba, foi de constante conversão. Dom José dizia que tudo o que vivenciou na Paraíba ajudou na sua conversão. Revelou que o Nordeste o fez se tornar uma pessoa mais simples.

Sua atuação na Igreja da Paraíba daria uma cantata, à semelhança da Cantata pra Alagamar, que ajudou a escrever em 1979, juntamente com o poeta Waldemar José Solha e o maestro José Kaplan.

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D. José Mª Pires (dir)
Sampaio G. L. Ribeiro
Ele teve uma vida modelada pelo vento que se espalhava a partir Roma, ao final do Concílio Vaticano II. Ele estendia as mãos aos que estavam com a panela vazia, e éramos imitadores de seus gestos. Suas práticas nos convertiam.

Aprendemos muito com esse bispo que colocava Jesus como o centro de sua caminhada, que meditava, ensinava e vivia os Evangelhos.

Devido à sua aproximação com Dom Helder Câmara – o bispo vermelho, na visão dos militares que governaram o país –, Dom José passou perrengues, sem nunca arredar pé de suas convicções.

Gostaria de abordar algumas passagens da vida dele depois que decidiu ficar ao lado dos marginalizados, das famílias que residiam no campo e das periferias das cidades.

Na Carta de despedida da Paraíba, ele narrou alguns fatos que continuam na memória de muita gente.

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Dom José Maria Pires nos movimentos para Alagamar UFPB
Na luta para evitar o despejo de famílias agricultoras, residentes nas terras das usinas que antes serviram de palco para os romances de José Lins do Rego, testemunhou as agressões.

Na antevéspera do primeiro Natal que passou na Paraíba, no ano de 1966, tomou conhecimento de que um tratorista havia derrubado a casa de um agricultor para no lugar plantar cana. Ao final do dia, quando o marido chegou, estavam a mulher e os filhos debaixo de uma árvore com os poucos objetos que tinham.

Em outra ocasião, chegou aos seus ouvidos a informação de que um usineiro, em Caaporã, estava cercando as terras e passou o arame farpado por dentro da casa de uma viúva. O marido dela tinha participado das Ligas Camponesas, mas apavorado pelas perseguições depois do golpe de 1964, enforcou-se. Ele foi observar se era verdade o que estavam contando. Lá na residência adulterada, constatou que tinham feito um buraco na parede e atravessaram o arame pela sala da casa.

Estes e outros fatos constam na Mensagem dirigida ao povo paraibano. Carta que merece ser lida e meditada pelo nosso clero.

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Pe. José Conblim e D. Hélder Câmara
Unicap
Como parte da formação de novos seminaristas, com a efetiva participação do Padre José Comblin e outros presbíteros, Dom José implantou a metodologia que chamou de “teologia da enxada”. Foi um momento importante na formação dos futuros padres. Os seminaristas tinham o contato direto com a realidade do campo e das famílias, sentindo “na pele” o que estes passavam sem emprego, sem a terra para cultivar, sem abrigo e sem comida.

A Pastoral da Terra, as Comunidades Eclesiais de Base e outros movimentos e pastorais proporcionavam oportunidade para que os “prediletos” de Jesus pudessem ter voz. Se há trinta anos isso era possível, agora essa prática de formação de novos pastores seria bem aceita?

Cada época tem suas peculiaridades. Mas acreditamos que nos seus ensinamentos de trinta anos atrás encontraríamos caminhos para nos tornarmos mais sensíveis diante da dor das famílias.

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D. José Maria Pires @portaldascebs.org
Dom José Maria Pires continua na memória de muita gente. Seu modo simples de pastoreio permanece na mente e nos corações das pessoas simples.

Por uma Igreja sem pompas, mística, com os pés no chinelo, vamos olhar os exemplos de padres que tivemos no passado para colher as boas sementes e renovar nossas práticas de evangelização.

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  1. Anônimo7/5/24 21:29

    👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️🙏🙏🙏🙏🙏🧵🪡✂️

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  2. Anônimo8/5/24 06:52

    Oportuno resgate de Dom José, Nunes. Parabéns. Francisco Gil Messias.

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  3. Anônimo8/5/24 19:31

    Dom José não se preocupava em pregar a gentios, mas a todos. Crentes ou não. Não era apegado a dogmas, mas a essência do evangélico de Cristo, o amor. Ensinava aquilo que acreditava e vivia o que ensinava.
    De uma serena e mansidão, mas de firme convicção.
    Não há outro lugar para ele senão junto aos justos.

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