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Saúde do bem-estar

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Os conflitos entre seres humanos, geralmente, destroem a dignidade dos indivíduos. Essas tensões levam à voracidade de controlar um grupo ou alguns cidadãos. Um dos efeitos disso é a insensibilidade perante as necessidades básicas de sobrevivência e a disseminação da banalidade do ódio. O pensador norte-americano Avram Noam Chomsky (1928), conhecido por suas contribuições como filósofo, sociólogo, cientista cognitivo, analista político e econômico, além de professor de Linguística no Massachusetts Institute of Technology (MIT), argumenta que toda crise é, em sua essência, um problema de origem institucional. Ele apresenta essa tese em vários de seus livros. Um deles é Internacionalismo ou extinção: Reflexões sobre as grandes ameaças à existência humana (2020). Ele defende que a solução está em uma intensa pressão popular, mesmo sob ataque de discursos de ódio. Chomsky enfatiza que a participação ativa dos cidadãos na construção do bem-estar social é a maior prioridade para a sobrevivência de todos, a construção da harmonia social, a preservação das instituições e o fortalecimento da democracia, a fim de evitar conflitos armados e proteger a existência humana. Segundo ele, a pressão pública - através de práticas democráticas e do respeito mútuo no diálogo entre diferentes correntes de pensamento - é capaz de eliminar quaisquer sistemas autocráticos ou autoritários.

A construção da harmonia social e a garantia do direito às condições dignas de sobrevivência humana são objetivos fundamentais da Política. O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) escreveu sua obra Política composta por oito livros: os I, II, e III são introdutórios e versam sobre temas como teoria do Estado e classificação das várias espécies de constituição; os IV, V e VI tratam da prática política, da natureza das várias constituições e dos princípios que as regulam; os VII e VIII especulam sobre a política ideal, analisando a estrutura da melhor cidade. Nesses livros, suas teses defende a ideia de que os cidadãos são os principais agentes de sua própria felicidade, cabendo ao Estado proporcionar as condições necessárias para que todos possam desenvolver suas virtudes de forma íntegra. Dentro do pensamento aristotélico, a Política é entendida como a base da moral social, responsável por preservar a felicidade da comunidade. Já a Ética consiste na prática individual da virtude, com o propósito de construir o bem comum. Na obra citada, Aristóteles (1998, 1252a) afirma:

"Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda ela se forma com vistas a algum bem-comum, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem; se todas as comunidades visam a isso, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens; ela se chama cidade e é a comunidade política".

A necessidade de uma nova economia globalizada e regionalizada é evidenciada pela desigualdade social e pela crise econômica mundial. Para atender a essa demanda, surge o conceito de "economia social de mercado", originado na Alemanha Ocidental após a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945. Esse modelo foi idealizado por Konrad Hermann Joseph Adenauer (1876 - 1967), advogado, sociólogo e democrata-cristão, um dos seus criadores. Adenauer foi presidente da chancelaria da República da Alemanha de 1949 a 1963 e liderou a União Democrata-Cristã (CDU). Enquanto chanceler da Alemanha Ocidental, reconstruiu o país como uma potência europeia pós-Segunda Guerra Mundial, impulsionando o forte crescimento econômico local e continental. Unindo políticas de bem-estar social e livre mercado, com base em uma democracia liberal, Adenauer estabeleceu um modelo que se destacou. Além disso, foi responsável por restabelecer o Serviço Federal de Inteligência em seu país.

Konrad Adenauer foi cofundador do partido CDU na Alemanha, liderando a sua finalidade política voltada para a união de cidadãos de diferentes origens e tradições democráticas: conservadores; liberais; católicos; protestantes e outras doutrinas políticas e religiosas. Ele promoveu a cooperação entre países de diversos continentes e sua principal contribuição foi a introdução da "economia social de mercado" e a promoção ativa da participação popular, fortalecendo a estabilidade econômica global. Suas ideias políticas foram implementadas em vários Estados. Algumas delas têm estes valores:

- Conduzir o povo para a liberdade, igualdade e empreendedorismo; - Estimular a confiança no próprio país e incentivar a pacificação entre todos; - Fortalecer à cooperação e a unidade entre os estados e países de vários continentes.

A partir de 1949, Konrad Adenauer privilegiou a busca por um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o bem-estar social. Ele promoveu a economia baseada no consenso e na cooperação, favorecendo a harmonia entre sindicatos e empregadores. Isso permitiu coordenar os salários de acordo com a produtividade, valorizando a participação dos trabalhadores nos rendimentos da empresa. Adenauer estabeleceu acordos que preservou os empregos e providenciou investimentos financeiros para explorar os recursos naturais das regiões, assim como na produção local viabilizada pela força de trabalho.

Uma das ações de Adenauer foi de ter implantado a Lei que une os trabalhadores e as empresas em um conselho de administração conjunto, que potencializou os sindicatos a terem voz ativa nas decisões estratégicas. O modelo de "economia social de mercado" instituído por ele incentiva o sistema financeiro a priorizar a preservação do emprego e da renda, fortalecendo-se na política de concessão de crédito por parte de cooperativas e bancos públicos tanto para cidadãos quanto para empresas. Tais medidas são direcionadas ao bem comum, visando a saúde financeira de todos.

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