Luzes se confundem em horizontes noturnos. De um ponto flashes disparam trovoadas e prometem chuvas para breve... em outro canto inten...

Todas as luzes

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Luzes se confundem em horizontes noturnos. De um ponto flashes disparam trovoadas e prometem chuvas para breve... em outro canto intensivamente piscam aparelhos com pequenos sinais sonoros. A chuva clareia curiosamente intensa a noite com suas nuvens baixas e pesadas e os equipamentos que monitoram o corpo humano cintilam alertas por toda a madrugada. São túneis que dão passagens. Em ambos os casos estão a vida e os seus mistérios e os desafios.

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Breno Machado
Caminhos como os iluminados pelos faróis dos carros nas cidades e estradas pelo mundo. Por eles, as vidas se entrecruzam, entreolham, seguem e até freiam. Do trovoar no céu de noite que aguarda chuva, a calmaria antes do redemoinho tempestuoso e belo; do bipar que pede atenção do olho para a leitura maquinal do pulso, pressão, respiração, inspiração, repouso.

Todas as luzes falam. Como a lâmpada do poste que joga luz sobre recantos da praça, do olho que ilumina com um sorriso a alma, do toque que aquece o coração dolorido, da criança que corre para abraçar o mundo em sua volta, da palavra professoral que ensina sobre o passado que tenta voltar a se repetir.

E segue o piscar rítmico das linhas verde, vermelha, amarela, azul... Elas dizem tanto sobre coisas que poucos conseguem decifrar. Os números luminosos também querem falar indicadores, taxas, traduções da composição humana sob intensivo cuidado.

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Chris Briggs
Mas, a mente consegue abrir espaço e achar outras luzes. Quer brindar os passos, os abraços, os sorrisos. Reencontrar cheiros, toques, amores. E sente novamente o odor da composição água e terra seca em fragância da transição das estações amplificada pela saudosa invernada que acua pássaros em seus ninhos engenhosamente construídos em muitos galhos, salvos-condutos durante a chuvarada.

O chão úmido também recebe a visita do raio pálido do Sol do final da tarde. Ele bate macio no rosto, acaricia amorosamente a pele e alerta o olho, cria contornos pelos espaços abertos feito folhas de papel em branco que aguardam o rabiscar da mão infantil a contornar e bordar mundos imaginários com árvores, balões, casas, foguetes e esperanças.

As luzes surgem a todo instante. E mesmo o que pareçam ser o fim do túnel, podem jogar esclarecimentos a um novo mundo. Clareiam o contorno da gota do soro que alimenta o corpo, o pingo da chuva que nutre todos os poros e mata a sede para observar e atravessar os caminhos. A mão, a boca, o riso, a batida do coração são luzes.

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  1. Anônimo9/3/24 14:33

    👏👏👏👏👏👏👏🙏🙏🙏🙏🙏🙏❤️❤️❤️❤️❤️✂️🧵🪡

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