Sr. Martin teve câncer de mediastino. A sua doença foi tão extensa que tiveram de arrancar todo o esôfago. Para sobreviver, foi adaptada a sua ingestão de alimentos por via retrógrada. Ou seja: passou a comer PELO FUNDO!
Mas era um homem muito fino, educado e elegante, e aos poucos foi retomando os velhos hábitos. Um deles era justamente frequentar restaurantes finos.
Mandou seu alfaiate fazer uma calça com abertura disfarçada ao fundo. E partiu de volta à vida.
Uma noite foi jantar num restaurante francês, Le Coq D’Or. Após pedir um cálice de Remy Martin, escolheu uma soupe a l’oignon de entrada, seguida de escargots e grands champignons du Saumur. Como piéce de resistance, escolheu um boef à bourguignone. Para dessert, uma deliciosa tarte tatin.
E para acompanhar, pediu sugestão ao maître, que recomendou um Chateauneuf Du Pape, colheita 1971, no que foi aceito.
O garçom trouxe o vinho. Sr. Martin pôs a taça sobre a cadeira e tomou. O garçom fica apalermado, pois nunca tinha visto algo semelhante.
Foi trazendo os pratos, e para horror do garçom, a cena se repetia. Até que, encerrada a refeição, Sr. Martin pediu um café spresso e a conta.
Por puro espírito de porco, o garçom resolveu fazer uma maldade com o cliente. E levou-lhe um café extremamente quente.
Sr. Martin pôs a xícara sobre a cadeira e “bebeu” o café. Logo a seguir soltou um grito baixo e um arrepio. Maldosamente o garçom perguntou:
“Muito quente?!”
“Não: pouco açúcar!”