Alcides, Bartolomeu e Dalvinha são personagens do causo. Chico Quebra-mola, só entra no último parágrafo e assim, sua importância no enredo não é lá tão relevante.
Já fazia bem uns dez anos que Bartolomeu e Dalvinha resolveram juntar os trapos com a benção da igreja e a legitimidade dos cartórios. Foi um festão para ninguém botar defeito. Não tiveram filhos. Bartolomeu estava na vida que pedira a Deus. Sua oficina “Amortecedores Albar” ia de vento em popa e sempre apinhada de clientes. E tem mais, estava casado com uma mulher cheia das bonitezas. O que mais quero eu? Perguntava ele para si mesmo. Ao que o próprio respondia: Já tenho tudo que preciso.
Vamos aos fatos.
Alcides e Bartolomeu eram amigos de infância desde os tempo da bola de gude e das primeiras indecências (criança aprende cedo essas coisas). Cresceram e estudaram juntos. Carne e unha, como dizem. E sempre foram assim.
Já estavam um pouquinho além dos cinquenta e ainda batiam uma bola juntos, todos os domingos pela manhã. quando o glorioso esquadrão Bico de Corvo Futebol Clube colocava sua equipe de veteranos para enfrentar outros adversários do sub60. Alcides era um médio volante marcador e bom nos passes. Já Bartolomeu, corria pela ponta esquerda e era tido como um ponta driblador e de muitas habilidades.
No domingo que se deu o fato, nosso bravo Bico de Corvo vencera a equipe rival, Bengala de Ouro, pelo elástico placar de 5 X 0. Finda a contenda, resolveram esses dois parceiros tomar uma gelada no botequim do Carlinhos Tanajura.
Abriram uma garrafa, brindaram o placar e as duas vezes em que Bartô estufou as redes do adversário. Conversa vai, conversa vem, Bartolomeu puxou a prosa para outras veredas.
⏤ Meu amigo, tenho uma coisa pra lhe contar. Você vai cair duro ⏤ disse Bartô.
⏤ E o que foi?
⏤ Posso dizer, mesmo?
⏤ Claro que pode.
⏤ Fiquei sem saber se lhe contava ou não.
⏤ Mas o que é isso? Somos amigos ou não somos?
⏤ Claro, que somos. Então vou contar.
⏤ Pois conte, homem.
⏤ Você nem vai acreditar, acabei de me separar.
⏤ Não acredito! ⏤ espantou-se Alcides.
⏤ Pois, foi. Fiquei sabendo de umas coisas...
⏤ Então, não tem volta? É pra sempre, mesmo?
⏤ Pra sempre. Depois do que eu descobri, não tem volta.
⏤ Então, já que você descobriu, tinha umas coisas que eu fiquei sabendo, mas ficava cheio de dedos para lhe contar. Não queria magoar você.
⏤ Pois conte.
⏤ Está pronto para ouvir? Então vou lhe dizer: Sua mulher não valia nada.
⏤ Você ficou sabendo de alguma coisa?
⏤ De alguma coisa? De muitas coisas. Dalvinha deitou até com o padre, com o sacristão e até com o diácono Zezinho. Uma esculhambação.
⏤ Tem certeza?
⏤ Claro, todo mundo sabia. E com o pessoal do nosso time? Muita gente ali beliscou sua esposa. Contam que Seu Joaquim açougueiro também fatiou umas carnes com ela.
⏤ Não estou acreditando...
⏤ Pois, acredite. Doutor Almeida, o dentista, também deus uns bons pegas nela. Aquela história de clarear os dentes, colocar aparelho, cada consulta era uma bimbada. E o Almeida sempre foi buxo furado, contou pra todo mundo.
⏤ Meu Deus...
⏤ E quando você viajou para pescar no Pantanal? Sua casa parecia confessionário. Mal saía um, entrava outro para pedir misericórdia, se assim posso dizer.
⏤ Não vai dizer que com você também...
⏤ Nunca! Se bem que ela tentou algumas vezes. Ali do seu lado, muitas vezes naqueles beijinhos no rosto de despedida ela passava a língua na minha orelha.
⏤ Diante de tudo o que você me disse, nem sei o que fazer.
⏤ Relaxa, homem. Você já não se separou? Pois, achei que você fez muito bem. Agiu como homem. Não era isso que queria me contar?
⏤ Não era bem isso. Eu queria contar que me separei do meu sócio, o Chico Quebra-mola. Não foi de Dalvinha. Descobri que ele estava me roubando.
⏤ E o que foi?
⏤ Posso dizer, mesmo?
⏤ Claro que pode.
⏤ Fiquei sem saber se lhe contava ou não.
⏤ Mas o que é isso? Somos amigos ou não somos?
⏤ Claro, que somos. Então vou contar.
⏤ Pois conte, homem.
⏤ Você nem vai acreditar, acabei de me separar.
⏤ Não acredito! ⏤ espantou-se Alcides.
⏤ Pois, foi. Fiquei sabendo de umas coisas...
⏤ Então, não tem volta? É pra sempre, mesmo?
⏤ Pra sempre. Depois do que eu descobri, não tem volta.
⏤ Então, já que você descobriu, tinha umas coisas que eu fiquei sabendo, mas ficava cheio de dedos para lhe contar. Não queria magoar você.
⏤ Pois conte.
⏤ Está pronto para ouvir? Então vou lhe dizer: Sua mulher não valia nada.
⏤ Você ficou sabendo de alguma coisa?
⏤ De alguma coisa? De muitas coisas. Dalvinha deitou até com o padre, com o sacristão e até com o diácono Zezinho. Uma esculhambação.
⏤ Tem certeza?
⏤ Claro, todo mundo sabia. E com o pessoal do nosso time? Muita gente ali beliscou sua esposa. Contam que Seu Joaquim açougueiro também fatiou umas carnes com ela.
⏤ Não estou acreditando...
⏤ Pois, acredite. Doutor Almeida, o dentista, também deus uns bons pegas nela. Aquela história de clarear os dentes, colocar aparelho, cada consulta era uma bimbada. E o Almeida sempre foi buxo furado, contou pra todo mundo.
⏤ Meu Deus...
⏤ E quando você viajou para pescar no Pantanal? Sua casa parecia confessionário. Mal saía um, entrava outro para pedir misericórdia, se assim posso dizer.
⏤ Não vai dizer que com você também...
⏤ Nunca! Se bem que ela tentou algumas vezes. Ali do seu lado, muitas vezes naqueles beijinhos no rosto de despedida ela passava a língua na minha orelha.
⏤ Diante de tudo o que você me disse, nem sei o que fazer.
⏤ Relaxa, homem. Você já não se separou? Pois, achei que você fez muito bem. Agiu como homem. Não era isso que queria me contar?
⏤ Não era bem isso. Eu queria contar que me separei do meu sócio, o Chico Quebra-mola. Não foi de Dalvinha. Descobri que ele estava me roubando.
E agora, Alcides?. Viu, só? Falou está falado, não tem jeito de consertar.