Chego aos setenta e cinco, não sei se vou aos oitenta. Muita coisa que hoje sinto a minha fé não sustenta...

E assim se passaram 75 anos

petronio souto paraiba
Chego aos setenta e cinco, não sei se vou aos oitenta. Muita coisa que hoje sinto a minha fé não sustenta...

Com olhos enxutos e alma leve, completo hoje 75 anos de idade. Constato, numa resignação sem conflito, ter levado uma vida pacata e banal, quase toda na minha querida aldeia, o que talvez me tenha trazido até aqui num passo o mais tranquilo possível.

Tranquilo, pois estou dormindo bem e nunca recorri aos maus hábitos ou à chamada “química externa” para suportar as dores do mundo e o inferno dos outros.

petronio souto paraiba
petronio souto paraiba

No mais, tenho deixado, há bastante tempo, que os próprios fatos dialoguem (ou até briguem) entre si. O futuro é dos mais jovens. Biologicamente, meu tempo de vida é curto e meu futuro já está traçado. Sigo em paz.

Hoje cedo, me perguntaram na caminhada: “Como é chegar aos 75 anos?!” Repeti o saudoso João Ubaldo Ribeiro: "Melhor do que não chegar..."
Ilustração principal: charge dos anos 1980, já bastante desgastada pela ação do tempo, na qual não estavam legíveis sequer data e assinatura do autor. A restauração é um presente do amigo Martinho Sampaio, meu velho companheiro dos tempos de A União.

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  1. Caro Petrônio sempre admirei a sua postura tranquila. Você chega aos 75 em paz consigo, com os outros e com a Vida. É uma boa receita, e que você viva mais 75 anos, são os meus votos. Um abraço.
    Humberto Espinola

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  2. Petronio estou com o Livro Adeus Mariz para lhe dar

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  3. Excelente seu texto, caro Petrônio. Feliz dos que chegam a tempos vividos. Terão histórias a contar. Forte abraço, Regina Almeida Lyra Toscano

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