Achei imperativo, antes de iniciar a temática que se segue, citar uma assertiva que deve aflorar do âmago de todos aqueles que exercem a especialidade cardiológica, que não é outra senão, em cardiologia a prevenção é e será sempre o melhor remédio.
Diante do crescimento vertiginoso no acometimento e óbitos por doenças cardiovasculares no Brasil e no mundo, ressaltando-se que em termos estatísticos, comparando-se com todas outras doenças, as doenças do coração ocupam o primeiro lugar no desencadeamento, morbidade e mortalidade dentro do contexto universal.
Fazendo uma reflexão retrospectiva sobre esse palpitante tema, veio-me a memória um diálogo informal, que tive com dois grandes nomes da cardiologia brasileira e mundial. No sentido de informar, esclarecer e deixar a população leiga ciente,com os olhos voltados do quão é necessário, o conhecimento do quesito principal, quando estamos falando em enfermidades cardiologicas, que não é outro senão, o capítulo prevenção. Sendo assim, fiz uma profunda reflexão em torno de tão importante temática da cardiologia em todos os seus aspectos.
Espero com grande expectativa, que os caríssimos leitores venham se beneficiarem, e acima de tudo, através de um deleite informativo, no que se refere ao aprendizado, como também, ao cumprimento dos conselhos que se seguem nas linhas abaixo.
Portanto, retrocedendo no tempo, conversando com os colegas, o hoje saudoso Mário Maranhão, nome do maior gabarito, foi presidente da SBC e da Federação Mundial de Cardiologia, o insigne mestre, José Antônio Franchini Ramires, Professor titular de cardiologia da faculdade de medicina da USP, Ex- Presidente da SBC, Ex Diretor geral do Incor(SP) e o notável cardiologista americano, Valentin Fuster, Director, Mount Sinai Heart, no 63º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado na cidade de Curitiba, dialogávamos informalmente sobre prevenção e doenças cardiovasculares, todos foram convergentes no pensamento, com relação ao momento de iniciarmos, ao ainda tão polêmico processo preventivo dos imprevisíveis e insondáveis males do coração. Ambos foram enfáticos: “A prevenção das doenças cardiovasculares começam no útero materno”.
Respaldado nessa importante assertiva, foi que surgiu a idéia de escrever as linhas que se seguem.
Mas que um órgão importantíssimo do nosso corpo, o coração é o próprio sinal de vida. Desde as primeiras semanas de gestação, já podemos ouvir os batimentos, evidenciando que ali tem um ser vivo, ratificando, de forma singela, o principio da vida.
É bem nesta hora que devemos iniciar o processo de cuidados com aquele ser latente, prestes a vir ao mundo.
Não são poucas as provas de que uma gravidez maculada pode prejudicar o recém-nato. As que abusam das comidas extravagantes relaxam com a forma física e ainda são dependentes do tabagismo, dificilmente serão mães de bebês saudáveis no futuro. Os hábitos dos filhos tendem a ser similares aos dos pais.
Mas, as crianças crescem, viram adultos, passam a cuidar da sua própria vida e descuidar da saúde.
Nos grandes centros urbanos, então, o apelo é maior: é a correria na busca de muitos perdidos, a competitividade do trabalho e conseqüente estresse, sem falar no possível envolvimento com o uso de drogas. Exercícios físicos, bons hábitos alimentares, lazer... Quem pensa nisso? Quando se percebe o tempo já passou e surgem naturalmente os primeiros problemas decorrentes, tais como: obesidade, elevação do colesterol, glicose no limite superior máximo, hipertensão. Meu coração! Existe realmente e já começa a dar mostra dos maus tratos que recebeu ao longo da vida, até aquele instante que é percebido. Forte, resiste bravamente e pede ajuda.
A cardiologia avançada, moderna está para isso e, na maioria das vezes, salva. Faz transplantes, corrige doenças congênitas, realizam-se angioplastias coronárias com implante de stents simples e sofisticados (os embevecidos por drogas), tudo isso para dar maior segurança ao procedimento, para que o sangue possa seguir livremente, com menos riscos de novos estreitamentos nos vasos comprometidos, se fala nas cirurgias de revascularização do miocárdio com colocação de pontes de safena, mamárias e outras, com a mesma finalidade de propiciar ao músculo cardíaco doente um maior fluxo de sangue para sobrevivência e maior expectativa de vida aos portadores de doenças arterial coronária.
Porém, nada disso vai adiantar se a pessoa não modificar seu hábito de vida... A sofisticação e avanços no diagnóstico das doenças cardiovasculares é uma realidade candente, mas, nada substitui a prevenção que tem como suporte maior a atividade física e alimentação balanceada. Em associação ao combate dos fatores de riscos já tão difundidos na medicina e muito exaustivamente pela mídia e até mesmo pela população leiga.
Analisando todos os aspectos abordados nestas linhas, esperamos que tenha sido útil e extramente elucidativo para todos aqueles que querem cultivar o delicioso hábito de viver.