“É preciso que eu suporte duas ou três lagartas,
se eu quiser ver uma borboleta"
(Antoine de Saint Exupéry – O Pequeno Príncipe)
se eu quiser ver uma borboleta"
(Antoine de Saint Exupéry – O Pequeno Príncipe)
Quantas lagartas é preciso suportar para ver a nossa borboleta? Ela linda metáfora do grande poeta Saint Exupéry nos fala de paciência, resiliência, estoicismo, esperança e fé.
No mundo do imediatismo essas palavras parecem ser língua morta. Ninguém quer suportar, ninguém quer esperar, renunciar.
Ninguém quer suportar as lagartas e preferem viver relações líquidas (Zigmunt Bauman), prazeres imediatos, felicidade de Instagram. E depois fica o enorme vazio e a ignorância da superficialidade.
Eu prefiro suportar as lagartas. Com paciência eu vou me descobrindo, vou mergulhando fundo, vou deixando que as dores me rasguem a película da covardia, aos poucos, no eu tempo, mas, profundamente. Até que a borboleta descubra a minha rosa no jardim entre tantas e eu possa, mesmo que por breve instante, receber o ósculo da felicidade da minha mais bela borboleta.
CAMAFEU
Te guardo em mim Como jóia rara, Bem perto do coração, Essa canção é pra você, Tem a tua cor, teu sorriso, Tua cara. Te guardo em mim Como um doce segredo, Enquanto te espero nesse meu degredo. Essa canção sangra do meu coração, Um misto de prazer e medo. Enquanto o tempo é de espera, Enquanto não chegar a nossa primavera Desenhei teu rosto em um camafeu, Forjado no ouro do carinho meu. Te levo no peito, Te levo na alma, Saudade que acalma. Te exponho no peito Segredo guardado Em um camafeu. Segredo cantado Tão meu, tão meu.
Te guardo em mim Como jóia rara, Bem perto do coração, Essa canção é pra você, Tem a tua cor, teu sorriso, Tua cara. Te guardo em mim Como um doce segredo, Enquanto te espero nesse meu degredo. Essa canção sangra do meu coração, Um misto de prazer e medo. Enquanto o tempo é de espera, Enquanto não chegar a nossa primavera Desenhei teu rosto em um camafeu, Forjado no ouro do carinho meu. Te levo no peito, Te levo na alma, Saudade que acalma. Te exponho no peito Segredo guardado Em um camafeu. Segredo cantado Tão meu, tão meu.
ANSIEDADE
Dor que maltrata a alma, Que deseja viver o futuro no presente. O futuro é tão incerto... Apenas abstração... Sonhos de um louco coração. Coração que pulsa descompassado, E as mãos trêmulas e suadas, Revelam o desejo louco Que consome a alma. E a morte está por tão pouco! E a vida é só uma expectativa, Um sonho a se realizar, A alma tensa, Qual uma seta, pronta a disparar. Assim é a ansiedade à minh’alma A maltratar.
Dor que maltrata a alma, Que deseja viver o futuro no presente. O futuro é tão incerto... Apenas abstração... Sonhos de um louco coração. Coração que pulsa descompassado, E as mãos trêmulas e suadas, Revelam o desejo louco Que consome a alma. E a morte está por tão pouco! E a vida é só uma expectativa, Um sonho a se realizar, A alma tensa, Qual uma seta, pronta a disparar. Assim é a ansiedade à minh’alma A maltratar.
FAXINA
Deixei a janela aberta para o sol entrar. Permiti que o vento levantasse a poeira que encobria minha razão e enfeitava minha emoção com sonhos falsos. Vasculhei as gavetas. Joguei fora as lembranças, Fotos antigas, Cartas, cartões, Beijos, juras de amor, Tesouros tão caros, Agora parecem mais perfumes baratos. Limpei as gavetas, limpei os armários, Limpei a alma, Lavei tudo com as lágrimas frias da desilusão. Depois, levantei-me E fui brincar com as rosas ao Sol.
Deixei a janela aberta para o sol entrar. Permiti que o vento levantasse a poeira que encobria minha razão e enfeitava minha emoção com sonhos falsos. Vasculhei as gavetas. Joguei fora as lembranças, Fotos antigas, Cartas, cartões, Beijos, juras de amor, Tesouros tão caros, Agora parecem mais perfumes baratos. Limpei as gavetas, limpei os armários, Limpei a alma, Lavei tudo com as lágrimas frias da desilusão. Depois, levantei-me E fui brincar com as rosas ao Sol.