POÉTICA
A menina azul traz na ponta da língua a palavra que queima dentro de si. A menina azul acende o farol da poesia que se reflete em seus olhos de jade e rubi.
A menina azul traz na ponta da língua a palavra que queima dentro de si. A menina azul acende o farol da poesia que se reflete em seus olhos de jade e rubi.
LASSIDÃO
O corpo lasso marcado pelo tempo nos impele a ir bem devagar. A voz, as mãos, os passos são estorvo a nos atrasar. Melhor é parar e em cada porto do esforço descansar: respirar, lavar o rosto e, sem muita pressa, recomeçar.
O corpo lasso marcado pelo tempo nos impele a ir bem devagar. A voz, as mãos, os passos são estorvo a nos atrasar. Melhor é parar e em cada porto do esforço descansar: respirar, lavar o rosto e, sem muita pressa, recomeçar.
DA MORTE
É imensa a solidão que sente quem está, aos poucos, morrendo. Não há como fugir do instante derradeiro a ser enfrentado. Viver pode até ser comunitário, mas morrer é, sem dúvidas, um ato solitário.
É imensa a solidão que sente quem está, aos poucos, morrendo. Não há como fugir do instante derradeiro a ser enfrentado. Viver pode até ser comunitário, mas morrer é, sem dúvidas, um ato solitário.
PRETINHA
gata preta do olho amarelo pelo brilhante porte singelo unhas e dentes são como cutelo a lhe defender de gestos incertos a caixa de papelão é forte, é castelo entre dócil arisca quer sempre afeto no seu breve afago eu me recupero.
gata preta do olho amarelo pelo brilhante porte singelo unhas e dentes são como cutelo a lhe defender de gestos incertos a caixa de papelão é forte, é castelo entre dócil arisca quer sempre afeto no seu breve afago eu me recupero.