É muito comum ouvirmos sobre as Avós. E sobre o Avôs? Nem tanto. Avó é aquela figura de uma segunda mãe, docemente acolhedora, ...

Casa de Vô

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É muito comum ouvirmos sobre as Avós. E sobre o Avôs? Nem tanto.

Avó é aquela figura de uma segunda mãe, docemente acolhedora, que tem a maestria de preparar as guloseimas preferidas de cada neto; que oferece um colo acolhedor; que é advogada e dá guarita contra os castigos pelas travessuras feitas. Presentes? Não precisam de data. Vó simplesmente vê e imagina a alegria deles ao receberem a mais boba das lembrancinhas.

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Daniel F.Gerhartz
Avô tem a maternidade disfarçada de paternidade. Seu colo é oferecido de forma sutil, apesar de amorosa. É aquele que senta no alpendre para contar as aventuras. Que ensina como cavalgar, pescar, jogar, nadar, se defender, enfim vencer alguns desafios do viver.

Os filhos se surpreendem com a mudança de postura e comportamento, diante da vozinha chamando “vovô”, “vô”, “vozinho”.

“Era proibido pular nas camas, no sofá… hoje deixa fazerem de pula-pula, e ainda fica junto para atalhar a queda.”

“Comer no carro? Jamais! Hoje não faltam guloseimas nos bancos traseiros.” “Jantar? Só em casa. Com os netos sempre tem uma lanchonete no caminho.”

“Na casa de vovó tudo pode!” Na casa do vovô também, mas com uma diferença: ele participa de todos os “ensinamentos”, para não dizer travessuras.

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Daniel F. Gerhartz
“Celular é proibido!” O de avô descarrega de tanto ser usado.

Pai e mãe chamam, gritam, ninguém escuta. Ele só faz assobiar para escutar o doce: “Vôooooo!”

Vô conta como eram as brincadeiras do pai, ou da mãe, quando criança, adolescente, jovem. Vó também conta, mas sem os detalhes perigosos.

No tempo do vô, ele leva as crias dos filhos para cinema, parque, praia, praças, campo de futebol, quadras, e tantos outros lugares. Vô tem os segundos que a vida não disponibiliza para os pais, que precisam trabalhar para mantê-los na escola e terem a comida na mesa; desfrutar da casa funcionando e distrações dos finais de semana. Não que suas horas sejam ignoradas com seus rebentos, mas precisam do aproveitamento intensivo. São horas diárias do vô contra 60, 90, 120 minutos dos pais. Mas, assim é a natureza dos tempos.

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Harriet Backer
Enquanto os pais precisam dinamizar cada segundo que estão com eles, o vô vai desfrutando enquanto o tempo não o leva para longe.

Na atualidade, a expectativa de vida é maior que na época dos meus avós. Aos 62 anos, minha idade, já eram considerados velhinhos. Meus netos não podem desfrutar dos ensinamentos do vô Shuka, porém receberam a dádiva de terem vovô Fernando e vovô Marcos. Inúmeros são os motivos para adorarem a “casa de vô” .

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  1. 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️✂️🪡🧵

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  2. Ana, assim mesmo. Não conheci meus avôs. O tempo foi cruel com eles. So conheci uma avó que me ensinou como ninguém a olhar pra vida com gratidão e vários sabores. Mas só de ouvir ela contar sobre o jeito do marido e, ao mesmo tempo primo, sei que tive um grande avô. Ele se foi cedo e deixou as lições de vô pra serem ministradas pelo filho. É uma pena não te-los visto juntos e “ netando” com o jeito acolhedor deles. Simples, sutil e marcante. Ao ponto que minha filha ganhou o nome da avó.

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  3. Gostei muito do seu texto, Ana Paula. Também perdi os meus avós. Não os conheci, a não ser pelas lembranças da minha mãe e do meu pai. Agora vivo, como avó de um maravilhoso neto de seis anos, a certeza de tudo que você colocou. Forte abraço! Regina Lyra

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  4. Que texto belo. Retrata exatamente tudo aquilo que vivemos! A melhor do mundo, Tivó Aninha.

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