Em casa, nas avenidas, nos becos, nos clubes e pelas ladeiras... O Carnaval tem uma energia diferente e como festa popular crava na me...

Carnavais

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Em casa, nas avenidas, nos becos, nos clubes e pelas ladeiras... O Carnaval tem uma energia diferente e como festa popular crava na memória várias lembranças. O colorido, as músicas, a alegria, o sorriso, a maratona. E a mente vai arquivando em pastinhas feito uma aquarela as imagens, sensações e situações.

Lembrar do primeiro Carnaval é difícil. Provavelmente, foi na sala de casa, ouvindo os antigos discos de vinil as marchinhas clássicas num toca-discos. Da “Cabeleira do Zezé”, “Máscara Negra”, “Mamãe eu quero”, “Ô abre alas” e tantas outras, pelos frevos de Claudionor Germano, os
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@pe.gov.br/
sambas incríveis das escolas cariocas. O repertório musical carnavalesco sempre foi vasto. Com o tempo, inclui na década de 80 o axé music da Bahia e conheci frevos como o “Hino da Pitombeira” e o “Hino do Elefante”, ambos de Olinda, e “Voltei, Recife” de Alceu Valença de São Bento do Una e, claro, “Frevo Mulher” do paraibano Zé Ramalho.

Recheado de boa música, os carnavais se acumularam. Na maioria das vezes, em casa, bem tranquilo. Mas sempre com ouvidos abertos para os sonos carnavalescos e energéticos ritmos. Foi assim que pude ver as antigas, tradicionais e extintas batucadas que circulavam em caminhões pela cidade e paravam em casas pré-programadas para “reabastecer” de bebida e seguir a festa. Uma delas “convidou” a minha casa para um pit stop no Castelo Branco. E ainda veio uma ala ursa junto. E tome batuque.

Já no início da adolescência acompanhei (viria a fazê-lo novamente, já como jornalista) ao desfile do Carnaval Tradição. E o que mais me impressionou na Avenida Getúlio Vargas, tradicional palco do desfile cívico-militar de 7 de Setembro, que em fevereiro abre espaço para os cidadãos carnavalescos, foram as tribos indígenas e sua rítmica apresentação de guerreiros e guerreiras com suas coreografias e suas lutas. “Papo Amarelo” e “Pele Vermelha” foram nomes que acabei aprendendo na memória.

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@Recife Ordinário
Sim, nesse tempo conheci o tal carnaval mela-mela. Adolescentes ardilosos e suas “bombas” feitas de cano PVC, borracha de sandália Havaianas das antigas, cabo de vassoura e uma tampa de garrafa de água sanitária ou algo semelhante. Pressão testada, e lá ia a garotada. Umas duas corridas da polícia, uma análise de que eu era um péssimo construtor e operador de “bombas” e mais a avaliação sincera de que a brincadeira não era tão salutar fizeram-me encerrar esse capítulo do carnaval. Ficaram só memórias, algumas divertidas, apesar dos pesares. Meninos são travessos.

Melhor usar a carteirinha da extinta Assufep nas matinês carnavalescas. Fica rodando no salão ao som de muita música como se atravessasse o deserto do Saara.

E já adulto vieram as ladeiras de Olinda... Sobe e desce ladeira, e tome ladeira, muito calor, fantasias, orquestras de frevo, multidão, e um inexplicável encantamento, mais um diferente carnaval.

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Carnaval de Olinda (PE) Ed Machado
Só para deixar claro. Das festas populares, a minha preferência são as juninas com suas cores, canções e gostos, porém, sempre coube uma folia no coração.

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