A arte está presente no ser humano a partir do seu nascimento. Ela se expressa na História da humanidade desde a origem da civilização...

Teorias e funções da Arte

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A arte está presente no ser humano a partir do seu nascimento. Ela se expressa na História da humanidade desde a origem da civilização, provavelmente há mais de 250 mil anos. Ela é uma necessidade de sobrevivência entre a pessoa ou grupo social com a própria realidade. Por meio da arte a humanidade exprime suas crenças, desejos, sonhos, tradições e ancestralidade, que pode ser individual ou coletiva. As representações
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Arte rupestre: sítio arqueológico de Manda Guéli, Chad, África CentralD. Stanley
artísticas facilitam a compreensão da história dos povos em cada período e representa o seu espaço social, isto é, sua cultura.

As teorias da arte têm por objetivo explicar a natureza da obra em geral. Alguns críticos consideram essa tarefa complexa. Segundo eles, a arte é um fenômeno diversificado e é difícil encontrar uma essência comum a todas as suas manifestações. Entre os métodos teóricos para analisar a arte, destacam-se as seguintes teorias:

Teoria da arte como imitação: a obra imita — precisamente — as perspectivas da Natureza e a ação do Homem. Ela é comparada ao espelho que reflete uma imagem, desde que reproduza algo melhor quanto mais fielmente reproduzir aquilo que descreve;

Teoria da arte como expressão: a obra gera no espectador emoções idênticas as do artista quando ela é criada. Também diz que o artista expressa sua intencionalidade na própria obra. Para os expressivistas, a arte tem como objeto as emoções humanas que ela exprime;

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Arte persa: arqueiros do Palácio de Dario, o Grande ▪ em Susa, Irã, Período Aquemênida, c. 500 a.C.
Teoria da arte como forma: a arte é um conjunto de técnica em que cada artista faz uso de acordo com suas decisões e com o meio específico em que trabalha. A teoria formalista é a crença de que as formas, cores e composição se sustentam por si, e que o juízo da arte pode ser isolado, fundamentando-se nas qualidades formais da obra, as quais estão relacionados à abstração. Essa teoria baseia-se num raciocínio circular, pois define forma como aquilo que produz emoção estética e emoção estética como aquilo que a forma provoca;

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Arte chinesa: Buda, Dinastia Tang, Sec.VII ▪ Fonte: Xuan Che, Wikimedia
Teoria da arte como forma significante: a tese principal é afirmar que não se deve procurar por aquilo que define uma obra de arte na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia, isto é, no que a obra de arte despertar no sujeito que a contempla;

Teoria institucional da arte: o conceito de arte é determinado por uma comunidade de pessoas ligada à sua produção, venda e divulgação, dentre os quais estão os críticos, historiadores, galeristas. Considerando isso, a arte sofre manipulação por parte de instituições e entidades que a classificam como tal. Essa teoria prioriza a importância da comunidade de conhecedores de arte na definição e ampliação dos limites daquilo que pode ser chamado de arte;

Teoria idealista da arte: a obra de arte está na mente do artista e é diferente do artefato ou objeto artístico que a torna material, por isso nenhuma obra de arte pode ser reduzida a um meio específico ou destinada a um fim determinado. Na estética, idealismo é a denominação dos sistemas que consideram que a finalidade da arte é a realização dos ideais e não como representação de fatos.

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Arte africana: Ife, Séc. XII-XV ▪ Museu Britânico, CC2
As funções da arte surgem como resultados de estudos e análises. Seguem algumas:

Função mimética ou naturalista: O objeto da arte representa — de forma idêntica — à realidade. O seu conteúdo é mais importante do que seu modo de apresentação. Ele é a compreensão do mundo no qual a pessoa está inserida. Os critérios de avaliação são a correção da representação e a integridade do tema;

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Arte asteca, S.XI-XIV ▪ Museu do México
Função formalista: a arte se interessa pela forma de apresentar a beleza, ou seja, o belo. Os seus critérios de avaliação são extraídos dos princípios e da organização interna dos elementos que compõem uma obra de arte;

Função criadora: a obra de arte gera novos conceitos, os quais modificam a realidade como ela poderia ser. Esse fenômeno torna-se uma transfiguração de algo numa outra realidade, que, muitas vezes, consegue ir além de onde o artista quer interagir, e revela coisas que independem da vontade e intenção de quem produziu a obra. Trata-se, portanto, de outro paradigma de realidade, em que a própria obra se constitui em real;

Função utilitária ou pragmática: a arte utiliza a obra para fins não artísticos e mensurada na medida do alcance dos fins exteriores a que se propõe. Eles são religiosos, políticos, econômicos, entre outros, sem a consideração de qualidade ou de análise estética da obra.

Em sua obra A História da Arte (1950), Ernst Hans Josef Gombrich (1909 – 2001), londrino e historiador da arte, afirma:

“A palavra arte pode significar coisas diversas, em tempos e lugares diferentes e apresentar variadas funções. Todos nós quando vemos um quadro, somos fatalmente levados a recordar mil e uma coisas que
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Ernst Gombrich
influenciam o nosso agrado ou desagrado. Na medida em que essas lembranças nos ajudam a fruir do que vemos, não temos por que nos preocupar. Só quando alguma recordação irrelevante nos torna preconceituosos, quando instintivamente voltamos as costas a um quadro magnífico de uma cena alpina por que não gostamos de praticar o alpinismo, é que devemos sondar o nosso íntimo para desvendar as razões para a aversão que estragam um prazer que, de outro modo, poderíamos ter tido.
GOMBRICH, 2012, p.15

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