Acordei assustado com o alarido das cachorras. Só depois é que ouvi o estouro de uma bomba, provavelmente a segunda.
Merilú corria prum lado e pro outro, alucinada. Minie, bem mais idosa, ouve mal, não tendo reagido muito. As gatas correram para se esconder.
Merilú corria prum lado e pro outro, alucinada. Minie, bem mais idosa, ouve mal, não tendo reagido muito. As gatas correram para se esconder.
Essa foi a cena que me deparei no último São João, por causa do estouro de bombas ao lado do meu prédio, onde hoje é o Parque Paraíba 4.
Levantei-me da rede de um salto, e corri para o terraço. Pois não é que era justamente o meu neto mais velho, que soltava bombas com um amigo, outro adolescente?!
Mandei-os parar e subir. O amigo, dono das bombas, disse que iriam soltar ao lado do prédio dele, próxima ao Parque Paraíba 1, mas a mãe proibiu, por causa da avó. Perguntei aos dois por que a mãe dele os havia proibido. Ele disse que a mãe argumentara que ela é idosa. E enferma.
“E o que é que vocês acham que o estouro de uma bomba pode causar?” Pensaram. Olharam um para o outro. E responderam que o susto da avó poderia piorar a doença dela. Disse-lhes que estavam certos. Mas que erraram em soltar as bombas, pois pode ofender outras pessoas. E bichos, também!
Contei a história da menininha que levou um susto de uma bomba, quando era bebezinho, e ficou com paralisia cerebral, em cima de uma cama sem se mover nem comunicar, até morrer aos 40 anos.
Da minha cadela Chimba, que perdeu a ninhada com o estouro de uma bomba. O velhinho que teve um AVC, ficando paralítico. Do amigo autista, que tem surtos psicóticos quando ouve os estouros.
Eles ficaram impressionados, e desde então não soltam mais bombas. Relembro tudo isso devido à chegada do Ano Novo. É uma época em que as pessoas soltam muitos fogos, boa parte de estampido. Porém poderão soltar apenas os de brilho, deixando o céu mais bonito.
Para isso é que eles têm que ser convencidos através de campanhas, como essa Brilho Sim, Barulho Não!
Desde a última campanha, em junho passado, surgiram sinais promissores por parte do legislativo: na Câmara de Vereadores corre um projeto de lei (PL) tornando crime soltar fogos de estampido, em João Pessoa. E na Assembléia Legislativa corre um PL que torna crime em todo o território do Estado da Paraíba.
Temos a convicção de que, a cada campanha, ouviremos cada vez menos barulho em nosso Estado, seja no Ano Novo, no período junino, nos jogos dos nossos times ou nas campanhas políticas. Crianças, idosos, enfermos, autistas e animais agradecem.
Desejamos a todo mundo um Feliz Ano Novo com muito brilho e sem ruídos!