Fui contemporâneo da escrita com pena, tinteiro e mata-borrão. Exigia que se escrevesse com leveza para não rasgar o papel. Sinto que o ato de escrever, naquele tempo, exigia maior concentração, no mínimo mais cuidado, até porque estudávamos caligrafia.
O mata-borrão, como o próprio nome diz, evitava borrão, absorvia o excesso de tinta que demorava a secar sobre o papel; enxugava o texto, literalmente. Para o estudante, no entanto, era horrível levar o vidrinho de tinta no bolso da camisa da farda. O bico da pena dava para proteger, mas o vidrinho de tinta que não estivesse completamente fechado...
Tinteiro, pena e mata-borrãoAcervo do autor
É bom lembrar que as carteiras escolares tinham um orifício onde encaixávamos o vidrinho de tinta que trazíamos de casa.
Felizmente, quando iniciava o Curso Ginasial, o lápis-tinta se popularizou. O lápis-tinta, digamos, irmão gêmeo da atual caneta BIC, era fabricado pela Johann Faber, mesmo fabricante do lápis grafite, instrumento que nos obrigava a ter “lapiseira” e borracha.
Essa era outra ferramenta utilizada pelos que se davam ao trabalho de escrever e chega aos nossos dias, como o lápis-tinta, mesmo num tempo em que tendem a ser substituídos definitivamente pelo teclado do computador ou do smartphone, para cujos usuários “teclar não é escrever”...