De repente, me deparo com meu retrato em pintura (arte do artista plástico Gláucio Figueirêdo - 2002) e o observo com um novo olhar. Lá estou eu e, aos meus pés, com o fruto do amasso e modelação de minhas mãos na argila, delineando as formas e resultando em peças representativas de movimentos da minha alma: minhas cerâmicas.
Ao lado, a minha arte primogênita que, um dia, ao pôr as mãos nas tintas me deparei e me surpreendi com as pinturas abstratas que afloravam da minha alma. Um fato, em processo de ebulição, mistérios, surpresas e revelações, me remeteram à catarses e superações, a partir dali.
Coincidentemente, observo que o corte do cabelo do retrato pintado é o mesmo corte atual. Vejo-me com um novo olhar e, na releitura, encontro uma Mulher plena, dona de si e de mim, repaginando ideias, modos de ser, sentir e de ver. E, neste caminhar, metamorfoseando a vida, ouso e me permito segurar firme as mãos de minha criança interior, e vislumbro que dei a volta por cima, de fênix evoluindo para águia, livre e num vôo firme e deslumbrante.
Que orgulho dessa mulher, tão imponente e dona de si!! Um caminho árduo, mas apoteótico. Descobri que aprendemos e crescemos nas adversidades. Parece até uma situação "sine qua non". Como a arte ensina cura, liberta, renova...!! Não apenas ouvi falar: descobri, vivenciei, superei e assim, prossigo a caminhada, com passos firmes, desbravando roteiros, com a certeza dos portos seguros, na trajetória.
Agradecer é preciso, pela nova Fátima que me tornei. Antes de tudo, a Deus nosso Pai Supremo, pelo dom da Vida; minha madrinha Nossa Senhora de Fátima; aos amigos artistas invisíveis, que me influenciam na expressão artística; à amiga e curadora Valéria Diniz, que me incentivou a pôr as mãos nas tintas e, como suporte no meu processo, que resultou no meu segundo livro-projeto "Infinito Amor: a Síntese da Vida". Por fim, ao professor Ilson Moraes que, no dia-a-dia, me acompanha na arte em cerâmica.
Obras de arte da autora Acervo pessoal
E assim a arte continua, nas suas diversas expressões, porque me faz muito bem. Já não me vejo sem a argila e as tintas. Mas não pára por aqui. Minha alma quer galgar outras expressões... Agora, quem dirá é o tempo.