O enigma das palavras
Zonza de não saber de onde vem o caudal de palavras que se entranham pelas frestas em qualquer papel em branco Esparramam-se na tela fria enraizam-se compondo livros Trazem em si a inteireza do pensamento veloz Põem arreios no concreto domam, represam, estruturam sem pôr fim ao infinito Transitam em leitos de essência luminosa se moldam em curvas que exigem contornos se enroscam em pedras de desafio Se fazem em fios
Zonza de não saber de onde vem o caudal de palavras que se entranham pelas frestas em qualquer papel em branco Esparramam-se na tela fria enraizam-se compondo livros Trazem em si a inteireza do pensamento veloz Põem arreios no concreto domam, represam, estruturam sem pôr fim ao infinito Transitam em leitos de essência luminosa se moldam em curvas que exigem contornos se enroscam em pedras de desafio Se fazem em fios
Para Clarice Lispector
Esta mulher enigma de olhos do oriente escrevia palavras vivas geradas dentro do ventre Apenas queria alívio das penas e seus tormentos usava palavras cruas Lia atrás dos pensamentos Transformava - se em água Cavalo, galinha telas, fotografias Objetos do fundo da casa Misteriosa transformista Clarice, pura luz Diva, Escritora, Artista
Esta mulher enigma de olhos do oriente escrevia palavras vivas geradas dentro do ventre Apenas queria alívio das penas e seus tormentos usava palavras cruas Lia atrás dos pensamentos Transformava - se em água Cavalo, galinha telas, fotografias Objetos do fundo da casa Misteriosa transformista Clarice, pura luz Diva, Escritora, Artista
Blue Angel
Esta Marlene com plumas e boca de enigma Com olhos de mormaço a encarar o chão sustento de sua voz rouca Palco de androginia Fora dos ditames da época Fez das pernas sedução Anjo Azul vestido com a pele do dia sem asas Sem gênero no canto do efêmero ! Vertido em paixão
Esta Marlene com plumas e boca de enigma Com olhos de mormaço a encarar o chão sustento de sua voz rouca Palco de androginia Fora dos ditames da época Fez das pernas sedução Anjo Azul vestido com a pele do dia sem asas Sem gênero no canto do efêmero ! Vertido em paixão
Olhar lá fora ...
E chove
a pele fria da vidraça
sua nos dedos quentes
em cada gota um enigma
desliza
pela calha do tempo
e, perde-se