Os capítulos II e III de “A Terra” são curtos, em relação aos outros três que ajudam a compor a primeira parte de Os sertões. Este trata do clima e de suas variações, durante o período de estio, “no fastígio das secas” entre “dias queimosos e noites enregeladas” (Capítulo III, p. 38); aquele trata da topografia, desdobrando-se na orografia e na hidrografia. Euclides da Cunha chega a falar das “influências recíprocas” entre a topografia e o clima do sertão, sem que possa “afirmar qual o preponderante”, mas ciente de que o “perene conflito feito num círculo vicioso indefinido,
ressalta a significação mesológica do local” (idem, p. 37. Todas as referências serão provenientes da edição crítica organizada por Walnice Nogueira Galvão, 2ª ed. São Paulo: Ubu Editora/Edições Sesc São Paulo, 2019).
Se o Capítulo I (p. 13-32) de “A Terra” é a visão geral da geomorfologia, partindo da formação geológica da América, passando pelo Planalto Central do Brasil, de modo a chegar no sertão da Bahia, o Capítulo II (p. 33-36) tratará de uma visão mais específica, no enfoque da orografia e da hidrografia, componentes da morfogenia sertaneja.
Na conformação orográfica, destaca-se o traçado elíptico da cinta de montanhas, divisada do cimo do morro da Favela, primeira visão do cenário onde acontecerá a guerra. Mais do que isso, mostra-se o arraial protegido pelas montanhas, de cuja dimensão o leitor se dará conta ao entrar em contato com a difícil travessia da serra do Cambaio, na segunda parte de “A Luta”, momento em que ocorre o fracasso daquela que seria, no dizer de Euclides da Cunha, a “primeira expedição regular contra Canudos” (“A Luta”, segunda parte, Travessia do Cambaio, Capítulo I, p. 240). Fracasso tal que os jagunços começaram, daí por diante, a zombar da força expedicionária do exército, chamando-a “fraqueza do governo” (Idem, Capitulo III, p. 252).
Euclides vai acrescentar às informações orográficas, aquelas da hidrografia, de que se destacam dois rios, o Vaza-Barris e o Itapicuru, com diferentes formações, provocando um “divortium aquarum” (“A Terra”, Capítulo II, p. 33), em que se realça o primeiro dos rios, avistado de cima do morro da Favela (idem, p. 35-6):
“Na planície rugada, embaixo, mal se lobrigavam os pequenos cursos d’água, divagando, serpeantes...
Um único se distinguia, o Vaza-Barris. Atravessava-a, torcendo-se em meandros.”
Um único se distinguia, o Vaza-Barris. Atravessava-a, torcendo-se em meandros.”
Euclides da Cunha compõe o Capítulo II dando continuidade ao seu estilo de guia do leitor/viandante, mostrando, a partir de uma visão geral da região, a topografia da guerra. O escritor, assim, nos leva até Canudos, mas suspende a visão mais detalhada do arraial, para continuar se concentrando na análise da terra.
Ao se concentrar na hidrografia, Euclides ressalta o “divortium aquarum” (p. 33), referindo-se à separação das águas, entre os rios Vaza-Barris e Itapicuru, alusão que não se desgarra da divisão das águas, operada por Deus, no Gênesis (1, 6-7 Biblia sacra: Vulgatae editionis. Roma, Edizioni San Paolo, 2003, em tradução nossa do latim), quando da criação do Céu e da Terra, dando a seu texto um tom de criação e exposição do sertão, como uma terra que não se conhece, apresentada ainda no Capítulo I na condição de Terra ignota (p. 23):
“E disse também Deus: Faça-se o firmamento no meio das águas e divida as águas das águas. E fez Deus o firmamento, e dividiu as águas que estavam sob o firmamento, daquelas que estavam sobre o firmamento.”
Do mesmo modo, na descrição do Vaza-Barris, “torcendo-se em meandros” (p. 36), na conclusão do capítulo, encontra-se, um tanto escondida, a erudição de Euclides da Cunha, na referência ao rio Meandro, na Grécia, cujas correntes, ora para cima, ora para baixo, desafiavam os navegadores e os estudiosos, dando a impressão de se estar num labirinto que fazia o navegante voltar sempre para o ponto de partida ou um ponto parecido, dificultando a navegação.
O Vaza-Barris é rio que só “cresce, empanzinado, nas cheias” (p. 34). Sem nascente e sem afluentes, tem apenas “pequenos tributários”, como “o Bendegó e o Caraíbas, volvendo águas transitórias”. Igual ao rio que lhes dá vida, na sua “existência fugitiva das estações chuvosas”, estes rios, “antes, canais de esgotamento, abertos a esmo pelos enxurros”, tornam-se importante por permitirem a permanência de água, pouca que seja, para o período do estio, em seu fracionamento “em gânglios”. Daí surge o neologismo do verbo ganglionar, caro a Euclides.
Na descrição da fusão das serras Grande, Atanásio, Acaru, Caraíbas, Lopes, Cambaio, e da união das pequenas cadeias, formando “elíptica curva fechada ao sul, por um morro, o da Favela, em torno de larga planura ondeante onde se erigia o arraial de Canudos”, divisado de cima da Favela, tendo em seu entorno Coxomongó, Calumbi, Caipã, Aracati, Cocorobó, Canabrava e Poço de Cima (p. 33), Euclides mostra a grandeza do palco, desse “anfiteatro irregular” (Capítulo III, p. 42), palco da maior tragédia de nossa história. Palco reafirmado pela “elipse majestosa de montanhas”, com que se fecha o Capítulo II (p. 35-36):
Galgava o topo da Favela. Volvia em volta o olhar, para abranger de um lance o conjunto da terra. – E nada mais divisava recordando-lhe os cenários contemplados. Tinha na frente a antítese do que vira. Ali estavam os mesmos acidentes e o mesmo chão, embaixo, fundamente revolto, sob o indumento áspero dos pedregais e caatingas estonadas...
Mas a reunião de tantos traços incorretos e duros – arregoados divagantes de algares, sulcos de despenhadeiros, socavas de bocainas, criava-lhe perspectiva inteiramente nova. E quase compreendia que os matutos crendeiros, de imaginativa ingênua, acreditassem que ‘ali era o céu...’.
O arraial, adiante e embaixo, erigia-se no mesmo solo perturbado. Mas vistos daquele ponto, de permeio a distância suavizando-lhes as encostas e aplainando-os — todos os serrotes breves e inúmeros, projetando-se em plano inferior e estendendo-se, uniformes, pelos quadrantes, davam-lhe a ilusão de uma planície ondulante e grande. Em roda uma elipse majestosa de montanhas...
A Canabrava, a nordeste, de perfil abaulado e simples; a do Poço de Cima, próxima, mais íngreme e alta; a de Cocorobó, no levante, ondulando em seladas, dispersa em esporões; as vertentes retilíneas do Calumbi ao sul; as grimpas do Cambaio, no correr para o poente; e, para o norte, os contornos agitados do Caipã — ligam-se e articulam-se no infletir gradual traçando, fechada, a curva desmedida. Vendo ao longe, quase de nível, trancando-lhe o horizonte, aquelas grimpas altaneiras, o observador tinha a impressão alentadora de se achar sobre platô elevadíssimo, páramo incomparável repousando sobre as serras.
Na planície rugada, embaixo, mal se lobrigavam os pequenos cursos d’água, divagando, serpeantes...
Um único se distinguia, o Vaza-Barris. Atravessava-a, torcendo-se em meandros. Presa numa dessas voltas via-se uma depressão maior, circundada de colinas... E atulhando-a, enchendo-a toda de confusos tetos incontáveis, um acervo enorme de casebres...”
O arraial, adiante e embaixo, erigia-se no mesmo solo perturbado. Mas vistos daquele ponto, de permeio a distância suavizando-lhes as encostas e aplainando-os — todos os serrotes breves e inúmeros, projetando-se em plano inferior e estendendo-se, uniformes, pelos quadrantes, davam-lhe a ilusão de uma planície ondulante e grande. Em roda uma elipse majestosa de montanhas...
A Canabrava, a nordeste, de perfil abaulado e simples; a do Poço de Cima, próxima, mais íngreme e alta; a de Cocorobó, no levante, ondulando em seladas, dispersa em esporões; as vertentes retilíneas do Calumbi ao sul; as grimpas do Cambaio, no correr para o poente; e, para o norte, os contornos agitados do Caipã — ligam-se e articulam-se no infletir gradual traçando, fechada, a curva desmedida. Vendo ao longe, quase de nível, trancando-lhe o horizonte, aquelas grimpas altaneiras, o observador tinha a impressão alentadora de se achar sobre platô elevadíssimo, páramo incomparável repousando sobre as serras.
Na planície rugada, embaixo, mal se lobrigavam os pequenos cursos d’água, divagando, serpeantes...
Um único se distinguia, o Vaza-Barris. Atravessava-a, torcendo-se em meandros. Presa numa dessas voltas via-se uma depressão maior, circundada de colinas... E atulhando-a, enchendo-a toda de confusos tetos incontáveis, um acervo enorme de casebres...”
No Capítulo III (p. 37-43), Euclides da Cunha não demonstra qualquer ilusão, com relação ao conhecimento de nossa realidade. O sertão é desconhecido e continuará sendo por muito tempo – já lá se vão 121 anos da publicação de seu livro! – não só desconhecido como ignorado. E o escritor aponta como causa a “proverbial indiferença com que nos volvemos às coisas desta terra, com uma inércia cômoda de mendigos fartos” (p. 37).
Na passagem pelos sertões, o alemão Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), batiza as terras com termos que Euclides classificou de “latim alarmado” – desertus australis e silva horrida (p. 37) – dando a medida da terra desconhecida e, sobretudo, ignorada por evitada.
O deserto austral justifica-se pela localização do Brasil, no hemisfério sul; a selva hórrida, pelo aspecto eriçado da caatinga e de uma flora espinhosa, para se guardar da secura extrema. Hórrida, então, assume um sentido translato de feio e inamistoso. O eriçar-se “da galhada sem folhas da flora sucumbida” (p. 39) afasta qualquer sentimento de simpatia, sobretudo para o estrangeiro, em relação ao desfavorecimento que o ambiente inspira.
A junção da topografia com o clima, variando de uma extremidade a outra, conforme veremos no Capítulo IV, assusta o estudioso e o fortuito viajante, que se aventura por aquelas bandas. Ao mesmo tempo, o clima favorece o suprimento de instrumentos especializados, como o higrômetro, para medir a umidade relativa do ar.
A descoberta do soldado morto por Euclides da Cunha, no confronto do dia 28 de julho de 1897, contra os jagunços e a quarta expedição do exército, lhe dá a medida da secura do sertão. Mumificado pela baixa umidade do ar, o soldado é um dos “higrômetros inesperados e bizarros” (p. 42), que o sertão tem para se exprimir, situação que é retomada, na quarta parte de “A Luta”, Quarta expedição, sem falar-se no soldado específico, mas referindo-se a “múmias aterradoras revestidas de fardas andrajosas” (Capítulo VI, p. 433), ao longo do caminho. Segue-se o texto antológico do soldado mumificado (“A Terra”, Capítulo III, p. 42):
“Percorrendo certa vez, nos fins de setembro, as cercanias de Canudos, fugindo à monotonia de um canhoneio frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único. Pequenos arbustos, icozeiros virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias de flores rutilantes, davam ao lugar a aparência exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma árvore única, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina.
O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão, e protegido por ela – braços largamente abertos, face volvida para os céus – um soldado descansava.
Descansava... havia três meses.
Morrera no assalto de 18 de julho. A coronha da Mannlicher estrondada, o cinturão e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrar-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes...
E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme – o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria – lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares.”
O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão, e protegido por ela – braços largamente abertos, face volvida para os céus – um soldado descansava.
Descansava... havia três meses.
Morrera no assalto de 18 de julho. A coronha da Mannlicher estrondada, o cinturão e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrar-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes...
E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme – o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria – lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares.”
O texto de Euclides da Cunha remete para o soneto “Le Dormeur du Val”, de Arthur Rimbaud, que transcrevemos a seguir e de que fazemos uma tradução operacional:
Le dormeur du val
Arthur Rimbaud
C'est un trou de verdure, où chante une rivière
Accrochant follement aux herbes des haillons
D'argent; où le soleil, de la montagne fière,
Luit: c'est un petit val qui mousse de rayons.
Un soldat jeune, bouche ouverte, tête nue,
Et la nuque baignant dans le frais cresson bleu,
Dort; il est étendu dans l'herbe, sous la nue,
Pâle dans son lit vert où la lumière pleut.
Les pieds dans les glaïeuls, il dort. Souriant comme
Sourirait un enfant malade, il fait un somme:
Nature, berce-le chaudement: il a froid.
Les parfums ne font pas frissonner sa narine;
Il dort dans le soleil, la main sur sa poitrine,
Tranquille. Il a deux trous rouges au côté droit.O adormecido do vale
Arthur Rimbaud
É um buraco de verdura, onde canta um riacho
Pregando loucamente à relva farrapos
De prata; onde o sol da montanha orgulhosa
Brilha: é um pequeno vale que espuma de raios.
Um jovem soldado, boca aberta, cabeça nua,
E a nuca banhando no fresco agrião azul
Dorme; ele está estendido na relva, sob a nuvem,
Pálido, no seu leito verde onde chove a luz.
Os pés nos gladíolos, ele dorme. Sorrindo como
Sorriria uma criança doente, ele faz a sesta:
Natureza, acalenta-o calorosamente: ele tem frio.
Os perfumes não fazem estremecer sua narina:
Ele dorme ao sol, a mão sobre o seu peito,
Tranquilo: ele tem dois buracos vermelhos do lado direito.Não temos como afirmar se Euclides leu ou não o poema de Rimbaud, mas é bastante plausível que isto tenha ocorrido. A estrutura de ambos os textos apresenta semelhanças tão visíveis que apostar na coincidência seria absurdo. Ao deparar-se com o soldado morto e mumificado, entre “o canhoneio frouxo de tiros espaçados” e o “tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja”, que o protegia, no seu descanso da morte, Euclides deve ter-se lembrado do soneto do poeta francês e montado a sua descrição, quase como uma superposição, a partir do “buraco de verdura onde canta um regato”, espaço em que o jovem soldado “dorme tranquilo, com dois buracos vermelhos do lado direito”.
É necessário dizer que a releitura que Euclides da Cunha faz do soneto de Rimbaud não diminui o valor estético do seu texto. Há diferenças e uma delas é a maneira como Euclides trata literariamente um texto que se quer científico. Pensado inicialmente como uma reportagem, o seu livro surge com uma força estilística bem peculiar, para ocupar um lugar na literatura brasileira, apesar de sua intenção declaradamente científica. Se o trecho nos remete a Rimbaud, por exemplo, como não lembrar da antecipação do Augusto dos Anjos de “Psicologia de um vencido”, na definição que Euclides dá para o verme – “o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria”? Outra diferença é ver como a dor surda e elegíaca do poema de Rimbaud se transforma num exemplo de higrômetro natural, o que revela a veia não menos literária de quem construiu a cena. Este feliz encontro entre Euclides da Cunha e Rimbaud é apenas um dos aperitivos com que o leitor deverá se deliciar ao ler Os sertões, sobretudo essa fenomenal primeira parte chamada “A Terra” (Se o leitor quiser saber mais sobre a relação entre Euclides e Rimbaud, remeto-o a meu texto, já publicado no Ambiente de Leitura Carlos Romero).
Em um único capítulo, preparando o capítulo seguinte, Euclides da Cunha nos revela a oscilação climática no sertão: da verdura de um vale, em que existem “icozeiros virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias de flores rutilantes” (p. 42), ele passa à “exsicação do ambiente adusto”, ao “solo gretado e duro”, ao “foco calorífico, a surda combustão da terra”. A ilusão de óptica, operada pela claridade de um Sol “a prumo”, esparge a luz em explosão cromática de “cintilações ofuscantes” (p. 43), a transição é feita, contudo, utilizando-se de um estilo literário, tomando como fundamento uma guerra anterior – a franco-prussiana –, para falar da ambientação inóspita do sertão, que tornou a guerra de Canudos ainda mais trágica. Uma aula magna.