Vão-se encurtando os dias, com o Sol indo pro Norte.
Vai de um Equinócio ameno pra um Solstício menos forte.
Já no 21 de junho, quando o dia é mais curto,
o Sol torna sobre os passos, aquecendo-nos a furto.
E crescendo ele vai, vai queimando sem pudor,
é que sai de outro Equinócio pra um Solstício de calor.
Epigrama II
É chegado o Equinócio. Vem equilibrando o dia,
vem trazendo a Primavera, flores novas, alegria.
Igualando dois contrários, claridade e escuridão,
É vereda para o Sol, caminhando pro Verão.
Epigrama III
Já Diana questiona Febo Apolo, confrontando:
⏤ Por que foges, ó irmão, sempre que eu vou chegando?
⏤ Não é fuga, minha irmã, é trabalho interminável:
com corcéis sempre fogosos, o meu carro é incansável.
Epigrama IV
"Olha a lua, está acesa!", diz Arthur e inda arrisca:
"É que embaixo dessa lua deve ter um pisca-pisca!"
Epigrama V
Da janela da cozinha Vênus brilha imponente,
sobre o rosa e o azul, tons de Febo no poente.
Epigrama VI
Arcturus, o Boieiro, vigiando com atenção,
mira o Carro e os Sete Bois, segue o Setentrião.
Epigrama VII
Quando Gaia se interpõe entre Hélio e minha luz,
há uma sombra que elipsa o meu brilho que seduz.
Epigrama VIII
Vênus põe-se sedutora, no sorriso de Selene;
a poesia que as junta vem da Fonte de Hipocrene.
Epigrama IX
Carro, Ursa ou Panela e também Setentrião
ela aparece ao Norte, que beleza de visão!
Epigrama X
“⏤ Ó Diana, como és bela e guerreira como eu!”
“⏤ A lisonja não me atinge, busca em Vênus o que é teu!”
Epigrama XI
Castor, Pólux se acompanham do Cocheiro e da Capela,
Cavaleiro e pugilista, Gêmeos na mais linda tela.
Epigrama XII
Sou Diana do Equinócio e de Delos surjo plena,
na beleza rivalizo com Afrodite e Helena.
Epigrama XIII
Duas vezes Diana surge, sem bicornes, neste mês,
e no Céu, altiva, luz, soberana a cada vez.
Ao mostrar-se, refulgindo, toda bela, sem temor,
contraria seu perfil, dá-se plena, sem pudor.
Epigrama XIV
Sempre junto ao meu dono, no Oriente, com fulgor:
Eu sou Sirius, o Grã-Cão; ele, Órion, o caçador.
Epigrama XV
Deixa Antares para trás, ao partir para outra guerra.
Ares, livre de Scorpio e da pinça que aterra.
Em Hespéria, Diana Arqueira, sorridente vai-se alçando,
vendo a Leste, o irmão sempre se distanciando.