Alguma coisa acontece no meu portão Nascido de um sonho Eu mordiscava os mundos a medida que percebia algo de doce...

Despedidas

poesia capixaba jorge elias
 
 
 
Alguma coisa acontece no meu portão
Nascido de um sonho Eu mordiscava os mundos a medida que percebia algo de doce (a presença) Espiava futuras andanças, tecia despedidas para a imagem muda do pai (Era a menina que partia pela fresta amarela) Chuva, testemunha de minhas urgências, este consolo no sem sentido. (pai, você já pensou em pegar o sol e jogar lá longe?) Alguma coisa acontece no meu portão (Pai, meus olhos estão encharcados de sono) Ficou a casa, entrecortada de silêncios (E se lançarmos o silêncio para longe, o que ele nos trará de volta?) Trará seu cheiro, minha filha.


Vem cá meu pai sumido debulha o que me enrosca Vem cá maldito abandonado desencosta de minha alma e aparece nas memórias doces e diz o que me faltou de sua fala.
Toda poesia será castigada
Os filhos foram criados sob os pés de Cristo, e eram muitos os desconhecidos e os néscios, e eram muitos os sem abrigo, os de nome talhado na lápide na véspera do destino. E seriam assim mesmo nominados filhos, do cordel do desassossego, mártires pulverizados em algo denominado história. (Regaço e cueiro e o pouco que aquece o destemperado clima da existência.)

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