Um dia Marília chegou em casa trazendo uma novidade que impressionou a todos: Alexa!
Esta é um aparelho eletrônico que faz tudo o que é busca na internet. Localiza endereços, número de celulares, cotação da Bovespa e do dólar, passagens aéreas, estatísticas eleitorais... Tudo!
E, principalmente, localiza e toca as músicas que você quiser: os frevos de Fuba e de Alceu Valença; os acordes de Django Reinhardt que seu pai adora, acompanhados pelo violino de Stephanie Grapelli ; maracatus, rumbas, bolero e cha cha cha. E tudo o que é música.
Esta é um aparelho eletrônico que faz tudo o que é busca na internet. Localiza endereços, número de celulares, cotação da Bovespa e do dólar, passagens aéreas, estatísticas eleitorais... Tudo!
E, principalmente, localiza e toca as músicas que você quiser: os frevos de Fuba e de Alceu Valença; os acordes de Django Reinhardt que seu pai adora, acompanhados pelo violino de Stephanie Grapelli ; maracatus, rumbas, bolero e cha cha cha. E tudo o que é música.
Ela é o que mais prático temos de uma representante da inteligência artificial, e também conversa com você.
Faz tudo isso a uma simples ordem: “Alexa! Toque Tom Jobim: Surfboard!” E Alexa localiza e toca.
Pois é, Alexa deixou a família de Marília impressionada. Por isso, e porque é muito ciumenta com as suas coisas, ela instalou Alexa apenas em seu quarto, longe dos sobrinhos.
O dia de comadre Nôra prometia ser movimentado, porém prazeroso. Pela manhã iria fazer a feira no supermercado de Seu Dedé, lá no Manaíra. Era distante, porém a qualidade e a diversidade dos artigos, comparados os preços.
Ao final da manhã receberia a jardineira com cara de inglesa, para dar algumas sugestões para o jardim de seu prédio, que, no entanto, já era o mais bonito do bairro. A comadre é muito caprichosa e zelosa, pois é a “prefeita” do prédio, a síndica.
Para o almoço receberia os netos que moravam mais perto, entre crianças e adolescentes. E no fim da tarde estava marcada uma reunião com a comissão de vizinhos do Conselho Fiscal em seu apartamento. E à noite faria uma visita â comadre Iracema.
Depois do almoço Marília saiu para trabalhar, deixando a porta do quarto só fechada, porém destrancada, como sempre fazia.
Chegando o fim da tarde a comadre estava exausta, após arrumar o apartamento para a reunião. Em determinado momento ela teve que ir até o corredor onde fica o quarto de Marília.
Foi quando sentiu que pisava em água. Acendeu a luz e gelou com o que viu: o corredor e o quarto estavam inundados! Marília esquecera aberta a torneira da pia!
De repente passou na sua mente o que tinha pela frente: terminar a arrumação, a reunião, e agora, antes de tudo, a tarefa de enxugar o chão, pois a sua secretária já tinha ido embora. Isso aumentou ainda mais o seu cansaço.
Escorada na parede, o desânimo descendo pelo corpo, comadre Nôra só teve forças para dar uma ordem:
“Alexa! Rápido: vassoura, balde e pano de chão, que aqui está cheio dágua!”
Alexa então, para seu horror, passou a tocar sem parar tudo o que era música com a palavra “água”!
Era comadre Nôra enxugando, e Alexa com a bôca no mundo:
“Terra, planeta água...”
“Você pensa que cachaça é água...”
“Água de beber, água de beber, camará...”