Quando faço um poema, busco sempre inserir uma palavra nova, que ainda não usei, em seus versos.
Nem sempre consigo, porque às vezes o poema cisma em usar do trivial para dizer o que quer.
É, meus amigos, poema é bicho manhoso e às vezes só quer um pezinho para mandar em você.
Nem sempre consigo, porque às vezes o poema cisma em usar do trivial para dizer o que quer.
É, meus amigos, poema é bicho manhoso e às vezes só quer um pezinho para mandar em você.
Palavra nova não quer dizer necessariamente palavra inventada, no melhor estilo Guimarães Rosa, porque isso quase não faço, no máximo busco novos sentidos para palavras já bastante utilizadas na língua portuguesa.
Mas é encantador quando se cria uma nova palavra. Como Djavan, ao criar o verbo “caetanear”, no dizer dele “o que há de bom”.
E que bom que Caetano Veloso chegou, dia 7 de agosto último, a mais um ano de vida! Ele que também é mestre na arte de lidar com as palavras, nas suas letras quilométricas que dizem tanto que a gente escuta cem vezes e sempre está descobrindo algo novo.
Ou nas letras de canções, como “Cajuína”, tão sofisticadas em sua aparente simplicidade…
Caetano vai do pop ao erudito em segundos, transforma Fernando Mendes em cult, cria novos conceitos e sempre tem uma música que vira clássico em seus discos.
Um artista completo!
Minha preferida dele? Ah, poderia citar pelo menos umas trinta, mas hoje vou com a delicadeza de “Trem das Cores”, num encantamento sobre a diversidade cultural do Brasil:
“A franja da encosta
cor de laranja,
capim rosa chá
O mel desses olhos luz,
mel de cor ímpar”