As epidemias escaldantes e infecciosas foram secretas desde sua origem, porque não sabíamos de onde vinham, e alguns governos não informavam que elas já estavam na rua.
A censura carimbou o que você poderia saber de natureza política, ideológica, artística e sobre sua vida. Então, o vírus e a mentira se propagaram matando a quem se contaminou, por suas entranhas sanguinolentas e maléficas ao respirar e tocar os outros.
Sigmund Freud preciosamente observou que "seria impossível para o fascismo ganhar as massas através de argumentos racionais. Sua propaganda deve necessariamente ser refletida do pensamento discursivo, deve ser orientada psicologicamente, e tem de mobilizar processos irracionais, inconscientes e regressivos".
Esses atos tem clara ausência da liberdade de expressão, cerceada pelo poder de governantes com interesses obscuros e voltados para seu próprio umbigo.
A falta de liberdade não derruba a constituição, expõe seu valor aos que foram limitados de sua legitimidade e liquida a democracia de um convívio sem liberdade de imprensa e de opinião. Dessa forma não nos permite olhar no espelho diário, onde estamos na totalidade de nosso ser, como uma criatura frágil, porém, com desejos iguais a qualquer outro humano.
No livro "Ratolândia", as autoras Alice Méricourt e Ma Sanjin, descrevem que no país que leva o mesmo nome do título, os ratos nominam um companheiro no papel, que vai para uma caixa, com o nome daquele que querem que seja o novo líder. Isso ocorre a cada cinco anos, e lembra um evento que já conhecemos em outros lugares.
O livro conta a história do dia em que depois de décadas escolhendo como líderes apenas gatos, esse país vê tudo mudar a partir da ideia de uma ratinha revolucionária sugerir;"e se elegêssemos outros ratos, ao invés dos felinos dominantes das últimas décadas?"
A ficção se torna real quando a dor é similar nas duas aventuras, porém, essa que vivemos nos escapa opções de felicidade e prosperidade, e encerra na exposição de dramas humanos, expostos frequentemente por um cabo eleitoral.
Essa teia de uma aranha poderosa e venenosa, também teve origem nas redes sociais, denunciada em 2018 pela repórter Patrícia Campos Mello. Ela revelou detalhes da operação de empresas de disparos automáticos das mensagens que ofereciam serviços para mobilizar eleitores pelas redes sociais.
Por trás dessa engrenagem de desinformação estava a utilização ilícita de base de dados, vendidos por ex-funcionários de grandes empresas.
Vacinas contra esses aracnídeos, subclasse do filo artrópode, do tipo decidir você mesmo seu rumo político, e votar consciente, vão lhe fazer respirar sem nenhuma necrose de qualquer natureza.