Eis agora o mar de volta.
Vastidão que aqui reflete
esperança adormecida
Com a brisa que me trazes,
agora não tão morna,
vejo como é bom sentir
o teu cheiro, tuas ondas,
ver o céu em que te espelhas
Seja bravo em tempestade,
ou terno em calmaria,
é a ti que a Terra deve
tudo o que exala a vida
Diante deste azul
que consagra teu cenário
impossível é não ter fé...
Eita, quanto mar bonito!
Tua água é tão salgada,
mas quão doce é o sabor
de te ver aqui por perto.
Daqui a pouco vêm as chuvas,
que te mudarão a cor,
que te tornarão mais sério,
quiçá até mais belo
Muitos fugirão de ti,
chamarão de “tempo ruim”,
mas certo eu estarei
de que sabes qual o gosto
que me traz a solidão
no conforto do silêncio.
E que boa companhia
é a chuva quando o resto
deste mundo longe está...
Sempre é bom poder voltar.
Não existe hotel melhor
do que a casa, doce lar,
nem uma cama mais gostosa
do que esta em que me jogo.
Mesmo sendo saborosa
a que chamam de “blueberry”
não é mais que a manga-espada,
nem a amora tão gostosa
como o creme de papaya.
Nem mesmo aquela gralha,
que cantava no Spree,
é assim tão graciosa
como o bem-te-vi daqui.
Nem os parques de Berlim
são mais belos que esta relva
que adormece aqui do lado,
onde a noite é maestrina
de um coral de grilo e sapo.
Desço agora, pois a praia
me esperava com saudade:
“Foste longe, mais uma vez”,
eis o mar a perguntar.
Ah, meu caro, não há nada
que enxerguei com esse encanto
que agora bem me mostras.
Que bom poder pisar
tua areia tão macia.
Que bonito ver a “maria”
farinhando lá e cá,
misturando-se às espumas
com que bordas tuas ondas…
Mais à frente, as falésias,
imponentes e eloquentes,
que parecem até dizer:
Este mundo é todo teu!
No qual eu vou querer,
para sempre estar de volta.
julho 02, 2023
Eis agora o mar de volta. Vastidão que aqui reflete esperança adormecida Com a brisa que me trazes, agora não tão morna...
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